sexta-feira, fevereiro 23, 2007

SOBRE O NOVO BLOGGER

Senhoritas e Senhoritos

Tive problemas para logar no Confessionário nas semanas anteriores, portanto foi necessário migrar o blog para uma conta no google e criar um email que será o nosso acesso a este recinto. Entendam, não foi uma decisão minha, o google quer integrar os seus serviços, o que obrigatoriamente inclui o Blogger e os seus usuários. O email e a nova senha foi enviada para Billie Jean, assim como os procedimentos necessários caso alguém tenha alguma dúvida. Voltem, estou com saudades!

Um abraço de urso.



Adagga

domingo, fevereiro 11, 2007

"Lágrimas e chuva"

"Lágrimas e chuva molham o vidro da janela, mas ninguém me vê...
O mundo é muito injusto
E eu vou contando os meus problemas que eu quero esquecer...
Será que alguma coisa nisso tudo faz sentido?
A vida é sempre um risco, e eu tenho medo do perigo...
Será que existe...
Alguém no mundo?
Eu vou contando as horas..."


Entrei hoje aqui com a alma sufocada por lágrimas contidas nesta noite chuvosa.
Ao começar a ler os posts me deparei com um que me emocionou especialmente, o de Julianna, em que ela fala do frio e da alegria de se estar vivo, ela me transmitiu um otimismo que quase aplacou minha tristeza.
Gosto muito da chuva, do cheiro, do barulho e do vento frio que normalmente a acompanha. Todavia, hoje a chuva me trouxe uma solidão tão grande que não consigo juntar energias para formar meu arco-íris.
Quero fechar os olhos e torcer para que o dia de amanhã alivie a minha dor e o meu vazio.
Dormirei na certeza da solidão de hoje e na esperança de que ao raiar do dia, ela permaneça ao meu lado. Ao menos assim não me sentirei tão só.

"A solidão é fera
A solidão devora
É amiga das horas
Prima-irmã do tempo
Que faz nossos relógios caminharem lentos
Causando descompasso
No meu coração"



Virgínia Clyde

sábado, fevereiro 10, 2007

Histórias contadas por minha avó

EPISÓDIO DE HOJE: QUEM TEM BOCA VAI À ROMA

A história em questão sucedeu-se no fim do século XIX no município de Dom Pedro, interior do Estado do Maranhão e berço deste que vos fala. Ali vivia uma moça por nome Nenê Estevam, filha do Velho Estevam e da Dona Libânia.

A coitada era muito conhecida por sua feiúra. Falava-se que sua testa ia até metade da altura da cabeça e que havia uma ligeira corcunda na sua silhueta. No rosto, os lábios finos e bicudos e o nariz apontando para baixo pareciam acentuar mais ainda a linha escura formada pelo bigode que herdara da avó materna. Além disso, ela pouco cresceu. Dessa forma, sem muitos detalhes, podemos concluir que a jovem era realmente muito feia.

Mas feiúra não implica necessariamente falta de sorte, então a vida presenteou-a com um pai muito rico que era proprietário de um invejável rebanho bovino e uma tropa de burros. Leia-se que “um invejável rebanho bovino” para aqueles tempos era bem menos que “um invejável rebanho bovino” para os dias de hoje, mas ainda assim invejável. Para completar, não quis o Velho Estevam abusar dos falhos potenciais genéticos e achou por bem encerrar ali mesmo sua linha sucessória.

Na época em que decorre a nossa história um grande circo vindo de Codó chegou à cidade e logo armou tenda. Eram muitos palhaços, animais, malabaristas e outros mais que fizeram a sensação de Dom Pedro por algumas semanas.

O circo em si não nos interessa, mas sim um rapaz que fazia malabares e era a grande atração do espetáculo. O jovem, ninguém sabe como, tomou conhecimento da solitária Nenê Estevam e de tudo mais que era agregado ao seu sobrenome, e não tardou em visita-la. Vestiu-se em todos os aspectos com a mais delicada cordialidade e bateu-lhe à porta sorrindo as melhores intenções. Conversa vai, conversa vem... E logo conquistou a simpatia ingênua do velho criador de gado. Dias depois, marcada a data do casório, disse adeus ao circo que o trouxera até ali e mudou-se para a fazenda dos Estevam.

O outrora malabarista comportava-se como se tivesse crescido entre estrumes e carrapatos. Era um exímio conhecedor da prática da ordenha e manejo de pastos, sem falar que era extremamente zeloso com a higiene dos burros que compunham a tropa do já sogro. Em casa, ele não media carinhos à esposa que esbanjava satisfação com o homem com quem casara. E assim o nosso artista ganhou a confiança de tudo e de todos.

Quando a esmola é grande o cego deve desconfiar, mas o Velho Estevam nem era cego e nem desconfiou, portanto concordou quando o jovem sugeriu que fossem vendidos os bois para que um comércio respeitável fosse montado na cidade. Alegou o moço que fora criado no seio comercial de sua família e conhecia bem as matemáticas do dinheiro, logo fazia certo investir na idéia. Todos aceitaram.

Desfeito o rebanho, iniciaram-se os preparativos para a estruturação do estabelecimento. Propôs o malabarista que fossem ele e a esposa para São Luís a fim de comprar tecidos e outras novidades que poderiam ser vendidas no futuro comércio. O sogro aprovou e até achou mais coerente, visto que se encontrava em idade avançada. Despachou os dois para Codó com toda a renda de “um invejável rebanho bovino” e desejou-lhes uma boa viagem.

O casal tomou alguns burros e seguiu em direção à estação ferroviária que os levariam até a capital maranhense. Chegando lá, demonstrou o esposo grande preocupação com a mulher e achou por bem que a mesma retornasse para casa, recomendando-a que estivesse ali na semana seguinte para ajudar com a carga que havia de trazer. Ela concordou, mas desejou assistir a partida do amado antes de tomar o rumo de casa.

O Velho Estevam fez questão de recepcionar o genro na sua chegada, portanto tratou de vestir uma boa roupa e aguardar o rapaz na estação de trem.

Conforme combinado, na quarta-feira seguinte estavam a esposa e o sogro à espera do malabarista que ficara de voltar de São Luís naquele dia. Os dois olhavam atentamente as pessoas descerem do trem, as bagagens serem retiradas, mas não viam qualquer sinal do bom moço que voluntariamente se prestara a comprar todas as mercadorias e traze-las em total segurança. Concordaram então que um problema ocorrera e seria melhor continuar na cidade esperando o próximo trem que chegaria em dois dias, pois nele certamente viria o rapaz.

Acontece que o grande salvador de Nenê Estevam não chegara nem no próximo trem e nem nos seguintes, causando grande dúvida no velho que lho confiara toda a sua fortuna. Depois de esperar por semanas, concluíram todos que um grande golpe fora ali executado e a família Estevam estava então arruinada.

Dizem os antigos que depois do ocorrido a filha tomou sumiço e nunca mais foi vista. O velho, coitado, perdeu o apetite de todas as coisas e faleceu de fome e tristeza por ter visto sua fortuna ir embora desejando ainda que tivesse uma boa viagem.

Sobre o rapaz, cogita-se que tenha embarcado num navio e tomado rumo desconhecido, visto que naquela época os roteiros eram percorridos via mar.

E assim foi a história de Nenê Estevam, o Velho e o Malabarista, conforme contou a minha avó.


Um abraço.





Adagga

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Manhã cinza... o tempo passa devagar... o frio me consome...

Hoje só penso no quanto sou abençoada e feliz. Só tenho que agradecer a Deus pelo ar, pela chuva, pelo amor, pela dádiva de estar viva. Quando olho pra trás e vejo o que já fui um dia, meu coração sorri feliz por tantas mudanças e pela constante esperança de que todas as coisas sejam cada vez melhores e mais felizes. Só queria compartilhar com o mundo a certeza de que tudo acontece no tempo certo e para o nosso próprio bem, independente de nossa compreensão acerca dos fatos da vida. Por mais que muitos não vejam dessa forma, a verdade é uma só: é a gente que planta, mas quem dá o crescimento é só Deus. Um grande abraço caloroso a todos, especialmente àqueles que estão morrendo de frio como eu.
Julianna
Quero o nunca com a certeza de que que o ontem valeu a pena!
Lina Saggat

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Reflexões apenas

Amigo não é o que sabe “tudo” sobre a gente e nem o que está presente em todos os melhores e piores momentos. Engraçado, mas ele nem sempre dá os melhores conselhos e nem apóia todas as nossas coisas. Nem sempre conta detalhes de as suas historias...

Amigo é o que deixa um pouquinho de si pra gente guardar. Seja de bom ou de ruim. Algo de precioso, não pela qualidade, mas pela importância daquilo que deixa. Amigo se revela. Se deixa conhecer, se oferece, se dá. Sem regras, sem religiões, sem previsões se deixa ver.

E quando penso nisso lembro-me de Jesus e seus discípulos. Jesus via o coração daqueles homens. E mesmo que não percebessem, se mostravam sem pressão, sem regras. Mostravam-se sem grandes esforços e diálogos de relacionamento. Jesus se fazia único a cada um, mesmo sendo um. É impressionante, mas Jesus deixava-os viver, deixava-os livre para serem o que eram. Tanto é que, mesmo conhecendo a personalidade vacilante de Pedro, Jesus continuou andando com ele. E continuou sendo seu amigo depois da traição.

Com uma consciência incrível de quem era, falava de si e de seus propósitos. E se mostrava da forma mais amorosa que já conheci. A multidão o radiava, mas aos “chegados” ele mostrava o que tinha de precioso, os segredos de seu coração. Falava do que era viver. Repreendia com amor, mas repreendia. Consolava. Chegou a chorar com Maria, irmã de Lazaro. Ah, que amor era aquele. Que amizade era aquela... Maravilhosa. Simples, mas maravilhosamente profunda. Tenho certeza que os discípulos não precisavam relatar detalhes para serem compreendidos. Ele os sentia e era sentido, ainda que intrigantemente incompreendido.

Com certeza essa é uma de nossas semelhanças. Com certeza não inventamos essa unidade que pode ser a amizade...

Crendo que eram um só, deixo:

“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos AMIGOS, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer.”
João 15-15


Ana

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

AS ROUPAS QUE GUARDEI

Toquei nas tuas roupas que guardei
Não me contive
Tive saudades
E chorei.

E era só uma lágrima
Que esperava por ti
Que te guardava
Numa página virada
Escrita por mim.

E talvez sem querer
Lembrei choros e risos
Vividos aqui
Entre eu e você.

Desse modo
Sofri grande alarde
Por lembrar-te assim
Tão linda
Vestida pra mim.


Saudades, sempre.


Valério Beltta