terça-feira, outubro 31, 2006

Apenas perguntas... Humanas perguntas...

O que é fé?
Quem é Deus?
Deus existe?
E se ele (ou Ele) não existisse?
Será pecado questionar sua existência?
E quem é Deus?
Por que esse nome??
Por que não João, José ou até Maria?
Por que Deus é masculino e não feminino?
Ler a Bíblia é dever?
E por que não ler o Alcorão?
Quem não acredita em Cristo vai para o inferno?
E aqueles que cultuam outros deuses? Eles todos vão papa o inferno?? Os budistas, umbandistas, politeístas, messiânicos, muçulmanos? Todos vão queimar nas trevas??
E os ateus? Também vão direto?
Os agnósticos fazem conexão? Param no purgatório para esperar a sentença dependendo do seu comportamento e da quantidade de boas ações em vida?
E os pensamentos também têm que ser considerados pecados? Se forem... O céu deve ser um deserto ou uma chatice!
E por que não é o inverso: os bons vão para baixo e os maus sobem? O paraíso ficaria no "sub" e a agonia, o castigo seria o ápice! Por que o paraíso tem que ser no céu?
Ah!! Ainda tem a misericórdia, o perdão! Ainda bem que eles existem!
E o Diabo? Existe mesmo, veste Prada ou é só para fazer antagonismo?
Tudo é cultural, produto humano ou do comportamento humano. A cultura cria a religião e esta acaba recriando a cultura. Tudo é interligado e interdependente. o antropológico não vive sem o divino e vice-versa.
Entretanto, na realidade não tenho respostas para quase nada do que perguntei acima. Também não espero que vocês saibam ou que me respondam. Não estou muito interessada em ser catequiaada, quero apenas compartilhar opiniões e dúvidas.
A única coisa de que tenho plena certeza é de que ninguém pode viver sem fé, sem algo em que acreditar. Na hora em que a coisa aperta, e a pane é total, qual é a primeira frase que automaticamente sai de nossas bocas? Ai, meu Deus; Oh, Allah; ou qualquer outra variação que represente: E agora? A partir daqui já não é mais comigo, já não dá para fazer nada!!
Imagine-se você, em dois minutos de queda livre como as vítimas da tragédia da Gol? A quem ou a que você apelaria nesses dois minutos? Ou nem precisamos ser tão extremistas, ao ver um lindo pôr do sol, ao sentir um alívio tremendo depois de um sufoco daqueles, a quem você atribui estas dádivas?
Frida

Fogo de palha...

Cadê vocês????
Será que desistiremos antes de uma festa de confraternização?
Voltem!
Voltem todos!

Vários beijos

Ana

segunda-feira, outubro 30, 2006

Valeu, Roseana



Ah, minha amiga Roseana, meu cínico pesar pelo ocorrido, mas não foi desta vez. Não é culpa tua, nem do teu pai ou do sobrenome que te acompanha, estais perdoada dos teus crimes, mas acontece que os novos tempos exigem “Um Novo Tempo” de verdade, assim como novas concepções de um presente e um futuro melhor, um governo singular nos propósitos e plural no que diz respeito às atitudes em prol da dignidade deste povo que há tempos concede espaços à tua família. Entende?

Resolvemos então dar uma chance ao Maranhão, uma oportunidade de mudar adjetivos e conceitos que caracterizam o outrora conhecido “curral eleitoral”, apelido ridículo que explanava bem a nossa situação política.

Cabe aqui dizer também que estávamos cansados do teu empenho mimado e da tua submissão matrimonial. Cansamos do Tele-Ensino, dos capangas armados, das estradas fantasmas, dos baixos índices de desenvolvimento humano, dos prédios que levam o teu sobrenome, da visível incompetência e carência intelectual da tua pessoa, dos resorts em Barreirinhas, dos privilégios concedidos aos de casa e, principalmente, das cortinas estampadas que fazem da tua moda um exemplo patético de como vestir-se na meia idade. Na verdade cansamos de tantas coisas, que cansaria a minha beleza passar o resto da minha vida digitando os teus tropeços políticos e pessoais.

Mas valeu. Valeu os milhões de reais aplicados na campanha, as alianças políticas seladas na boca do caixa, a persuasão de milhares de eleitores analfabetos funcionais, os favelados com bandeiras tuas nas avenidas de São Luís e toda a tentativa do teu jornal fajuto de mostrar que realmente o Maranhão estava contigo para mais quatro anos de uma vida tranqüila e próspera para os teus amigos e familiares.

Foi bom saber que tu és escrava dos maranhenses, mas dispensamos a tua servidão, pois de escravos já estamos cheios.



Victor Adagga



Ana, um beijo.

quinta-feira, outubro 19, 2006

É isso... o que posso fazer?

Olá,

Acabo de voltar de uma pequena viagem a um municipio aqui perto. Viagem bem cansativa, a estrada ta péssima e meu companheiro de viagem falava que levantava os cotovelos pra que eles fizessem o mesmo. Fora o falatório descontrolado, as conversas foram proveitosas. Na volta tive que fechar um pouco a cara pra demonstrar que não queria ouvir e nem falar mais nada. Desculpem-me os “educados” (mas caramba!) numa van daquelas (quente e suja), ouvir seus cotovelos falarem, depois de um almoço “biscoito bonó com refrigerante jesus” não era uma boa idéia.

Confesso que a noite anterior à viagem foi péssima. Tive uma crise de pensamentos acelerados, se é que existe crise disso. Mas passei a noite pensando nos últimos acontecimentos do dia, nos acontecimentos dos últimos cinco anos e nos acontecimentos dos próximos anos, até aproximadamente 2020. Pense numa noite estressante! Afff... Terrível. Acho que fui dormir umas quatro horas da madruga e tive que levantar cinco e vinte. É meu povo, sou uma looooooouca!!! Espero que ninguém se escandalize por saber que penso tanto. Penso no que já vivi e no que nunca aconteceu. No que nunca disse e no que nunca fiz. Credoooooooooooooooooo! Vou parar. Se não a noite vai ser pesada. Quero dormir e por isso compartilho isso com vocês, meus queridos. Compartilhar os problemas ainda é um dos melhores remédios para curar a alma. De fato tenho crido nisso. Assim uso poucas máscaras, pois me escondo menos atrás do que vocês não sabem e assim vocês (para quem admitir) tiram as suas por se verem em mim. Rapaz, mas isso é muito lindo!

Bom, gente. Um grande beijo a todos!

Ana

segunda-feira, outubro 16, 2006

Acredita, meu amor?

A felicidade, meus amigos, ainda reside nas várias formas de amar. Seja o amor materno, o amor pelos amigos, pelas pessoas que nos completam e até mesmo pelos bichos que nos servem de grandes companhias em tantos momentos de nossas vidas. Ou seja, o amor e consequentemente a felicidade está naquilo que é vivo. O Grande Sábio que veio antes de nós disse que "onde está o seu tesouro ali também está o seu coração". Deixo um saudoso abraço aos colegas de recinto e alguns versos para os apaixonados como também sou.


Acredita, meu amor
Que, como todos os amantes,
Também tenho o maior amor do mundo
E por ti morreria
E sacrificaria alguns instantes
Para conhecer-te além
E cada vez mais fundo?

Acredita?

Eu faria, e seria todo em sorrisos
Palavras e tristezas, também
Desde que assim quisesse
E fosse então para o teu prazer
Pois eu te amo
E como nunca antes amei na minha vida
São os teus desejos os meus motivos para viver.

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É sim, meu amor
Pois como são os apaixonados
Também não vejo
Não ouço
E não sinto
A menos que venham todas as coisas de ti.

Pois não me vale o beijo
Tampouco o brilho de outra mulher
Já que no meu íntimo
E no mais secreto desejo
Não há espaço para uma outra vida
É somente a tua que minh'alma quer.

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Não duvides, meu amor
Que sou fraco
E sou forte
E sou os teus olhos
Que também são meus.

Sou um pouco da saudade
Quando não estais
E do zelo
Quando dormes a esmo
Sob os meus lençóis.

Sou alguém que por ti cultiva um grande amor
Que não é infinito, confesso
Mas que está muito além
E desconhece toda a inocência
E alguma dor.

****************************************************

Acredita, meu amor
Que é tudo verdade
E não clamam as minhas palavras
Por outras razões

Senão as tuas?
Pelas quais vivo
E entrego o meu espírito
Para que seja teu

E tu sejas minha
Enquanto houver sempre
E houver amor
E houvermos nós.

Acredita?


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Adoraria que tudo neste mundo se parecesse contigo.


Valério Beltta

sábado, outubro 07, 2006

Cora Coralinda...

Deixo-lhes hoje duas belíssimas pérolas da criatura que me ensinou amar e adorar a poesia em sua máxima sinceridade e simplicidade.
Deliciem-se ao sabor de Cora,que não é a Carolina, mas a velha (como ela mesma gostava de se denominar) e doce, Cora Coralina.

NÃO SEI...

Não sei... se a vida é curta...

Não sei...
Não sei...

se a vida é curta
ou longa demais para nós.

Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira e pura...
enquanto durar.

Cora Coralina

Assim eu vejo a vida

A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.

Cora Coralina

Um grande beijo a todos
Cora Carolina

sexta-feira, outubro 06, 2006

Oração dos Amigos

Nós, aqui nesta mesa, um pouco cansados da rotina, com esta bebida forte e difícil, algumas idéias e mais uns papéis velhos que vieram parar nos meus bolsos, fazemos registro de um gracioso brinde realizado em homenagem à amizade de algumas pessoas que se gostam.

E nesta tarde, que segue anônima e quente como tantas outras em São Luís, nos juntamos para a prática do riso e palavrões desvairados, para as várias histórias guardadas e algo mais da vida como se vive em alguns bares, cuja maldade não guarda mais que a inocência de quem amou pouco por não saber quando chegara a hora certa de amar.

Que a vida não tome partido dos bêbados e do que pensam os bêbados, pois somos todos solitários e carentes como são os infantis, meninos que brincaram por demais e que apenas sentem a falta de um colo sincero para derramar algumas vergonhas de uma vida sozinha que já nem tem tanto do que se envergonhar.

Quanto a elas, as mulheres que um dia amamos por algum motivo, que não se desfaçam em suas aventuras as noites vividas sob os nossos lençóis e nossos cigarros, envoltas pelo suor com perfume de malícia e alguns gemidos ao pé do ouvido compartilhados a sós em certos momentos de prazer. Conservemo-nos amigos, pelo menos, e que nossa amizade seja então e sem ressentimentos.

E nós, meus irmãos, sejamos sempre fiéis àquilo que nos mantém de alguma forma vivos, seja nossa saudade por qualquer coisa, nosso prazer pela embriaguez ou quem sabe aquilo que nos traz um pouco de ansiedade. E que se confundam apenas as fumaças exaladas sem direção e sem propósito pelos cigarros em nossas bocas, mas nunca os motivos que nos trazem até aqui para vivermos um ao outro em mais uma tarde quente e feliz de São Luís.


Adagga e alguns amigos.

Sra. Interessante...

A música que mais se adequa a mim atualmente.Não fui eu quem compus - não, não sou tão interessante - mas achei interessante alegrar vcs. A música é de um programa infantil.


"Senhora Interessante

Você sabe pra que servem os caminhões?
Sabe por que existem estrelas e constelações?
Isso não sei, somente sei que é muito interessante.

Você sabe por que voam os aviões?
Sabe por que eu tenho que escrever canções?
As canções são para lhe dizer que tudo isso é
interessante, tudo é muito interessante.

Você sabe por que tem que ir ao banheiro?
Sabe por que tem que trabalhar o ano inteiro?
Isso eu não sei, somente sei que pode ser interessante.

Você sabe o que comem os marcianos?
Tem alguma idéia do que tem dentro de um piano?
Isso vou saber, e poderei, dar uma de interessante.

Com o trabalho e o banheiro a tensão pode matar,
Sobre marcianos e pianos, temos que conversar.

Com o tempo você pode ser
um senhor interessante, ou senhora interessante,
alguém muito interessante.

Mas se um dia me chateio, (cha-la-la-la)
E perco todo interesse
Se não acho mais perguntas (cha-la-la-la)
Abandonando o saber

Também será interessante (cha-la-la-la)
Um assunto interessante(cha-la-la-la)
Porque sou interessante (cha-la-la-la)a senhora
Interessante, (cha-la-la-la) a senhora interessante
(cha-la-la-la)(cha-la-la-la)(cha-la-la-la)! "


Sra. Interessante

quarta-feira, outubro 04, 2006

Á pequena Billie

Esse post tinha sido removido daqui em uma crise de auto-censura, mas há alguns dias tenho repensado algumas coisas e lembrei de duas frases que um amigo me disse em ocasiões diferentes, mas que sempre me vêm à cabeça de maneira atrelada.
A primeira é: "Billie, você se explica demais, se justifica demais!" E a segunda é: "Foda-se o mundo que eu não me chamo Raimundo!!!"
Por essas frases e algumas outras razões,concluo que não me chamo Raimundo e não perco a mania de me explicar. Assim, ligo o "foda-se" e republico um desabafo de um momento super nostálgico e muito valioso prá mim.


Relendo os posts anteriores do confessionário, encontrei algo de doce nas saudades de Cris que me fez lembrar da minha infância, de meus sonhos e fantasias de menina. Um menina falante, que assim como agora, se negava a falar de amor ou qualquer coisa que revelasse sua tremenda fragilidade. Até hoje, no auge dos vinte e tantos anos não entendo muito bem esse mecanismo de defesa, não sei ao certo como ele foi construído, só sei que ele existe e já faz muito tempo.
Desde os primórdios em que aquela garota de óculos, gordinha e cdf se punha em frente à penteadeira com sua melhor roupa, os sapatos e acessórios da mãe, com uma maquiagem que imitava as que ela via na TV e vários textos, textos que ela passava a semana inteira redigindo, se preparando para a apresentação do fim de semana.
Billie adorava escrever, mas nunca se permitiu ter um diário que fizesse jus ao nome. Escreveu pouquíssimas vezes confissões, não permitia nem a si mesma reler seus pensamentos mais íntimos. Imagina quando ela se apaixonou pela primeira vez (nossa, assumiu que gostava do tal menino anos depois).
Billie se atinha a escrever sobre aquilo que via e ouvia. Eram textos dissertativos inocentes, mas feitos com muito capricho, com uma visão mesclada entre o que ela via e ouvia pela TV, as críticas de sua avó, extremanete atualizada envolta por jornais e noticiários, e a sua imaginaginação prá lá de fértil. Assim, ela passava a semana redigindo as matérias do jornal do sábado, o seu jornal, apresentado em frente àquela velha penteadeira de madeira escura e espelho embaçado.
Seu sonho era ser jornalista, viajar o mundo, falar várias línguas, ter um apartamento, morar em uma cidade grande e ter os cabelos ruivos e lisos como os de Solange-personagem de uma novela que alguns de vocês devem lembrar. O nome era Vale tudo e a personagem tinha todas essas características e chamava a todos de chérrie (não sei bem se é assim, meu francês é praticamente nulo). Acho que foi nessa época que ela teve certeza de que era isso que queria ser quando crescesse. A mocinha da história, refinada, independente, nem sempre tão amada, mas sempre otimista, viajada, culta, ruiva e jornalista, o mais importante de tudo!
O tempo passou e Billie foi se esquecendo de muitos desses sonhos, assim como de muita coisa desse tempo, ficou tudo nesse baú que hoje reviro com muitas saudades, sentindo todos os sabores, odores e aquela crença, quase certeza, de um futuro brilhante daquela menina que há muito não vejo, mas que com a qual sei que ainda tenho muito a aprender. E estou certa de que um dia nos encontraremos de novo e acertaremos todas as nossas contas!
Billie Jean

Quanta pretensão... ou melhor, despretensão!

Que coisa hein, gente!!
E olha que um dia eu achei que sem mim o confessionário iria acabar fenecendo...
Depois de um certo tempo sem conseguir nem ao menos vir aqui, dou de cara com essa surpresa maravilhosa: vocês!!! Sinceramente não imaginei tamanha propagação!
Estou chapada e muito contente, sem falar nas saudades que sinto daqui. Tenho pensado muito, chorado um pouco e dado gargalhadas consideráveis. Em meio a tudo isso, meu fluxo de pensamento está completamente enlouquecido, o que me deixa acesa pra escrever. Mas infelizmente, meu sono, que sempre foi tão precioso, tem me roubado todas as noites de uma forma arrebatadora e irresistível, ao lado de um cansaço que me petrifica.
O que tenho feito para amenizar meus ânimos é falar muito sozinha, principalmente quando estou dirigindo, nos momentos em que eu não paro nos sinais e danço até perder a noção de que ele esverdeou...rsrsrsrs...Adooooooooooooooooroooooooooo... Também amo chorar no carro por qualquer motivo, alegria, tristeza, nostalgia. Às vezes me dá vontade de chorar e eu seguro até o momento de estar no carro e "dar descarga naquilo tudo"...E ao final, rir de mim mesma!
É gente, eu estava mesmo com muitas saudades de tudo isso!!
Queria muito ficar mais tempo hoje e colocar em dia tudo o que tenho vivido e pensado, vocês iriam cansar de tanto ler tanta sandice!
Até a próxima!!
Muitos beijos a todos
Billie Jean
P.S: Amei os novos confessioneiros!! Sejam bem vindos!!

SOBRE ALGUÉM QUE NÃO VEM

Sinto na pele o sopro leve e quente que me causa a tua lembrança. E olho entusiasmada o tempo, o vento que inquieta as cortinas da janela,o solitário e urbano pássaro que, pousado num fio elétrico, parece tão entediado quanto os incógnitos passantes as cruzarem-se no vai-e-vem das ruas.
Olho o torvelinho cotidiano formado em meu redor e tudo parece anunciar a tua chegada.
Como não soubesse a que atribuir tão suave e prazerosa ameaça, passo a ensimesmar-me, assim, como alguém que quer acreditar em algo que não vê, e espera, mordendo os lábios e apertando os olhos, extrair do pensamento uma visão do que não está; um espectro do que anseia ter em frente aos olhos.
Falo da busca acelerada e constante em mim por um sinal teu. E essa angústia latejante, que num lusco-fusco clareia e enegrece minhas esperanças, fala já à minha consciência que a muito já se foi o momento de esperar por uma chegada tão irreal.
Porque tu estás longe da maneira mais inextricável possível.
Porque em teu coração pulsa, agradável e intimamente, um amor que não é meu. E o puro amor que te enternece é o mesmo que esmaece as cores brilhantes do meu sonho... Esse que é te ver chegar aqui, eufórico, desmesurado... Com a boca cheia de ternuras e indecências.
Mas não é meu esse amor.
Ainda que minha tola obstinação implore pelo contrário, a porta da minha casa não receberá nos trincos o impulso dos teus punhos ansiosos. Nem as colchas da minha cama revelarão os doces vestígios do teu cheiro na manhã seguinte...
Porque tudo que há em mim, o desejo, a esperança, a feliz temerosidade, são tudo ilusões... Como quem mira nostálgico uma dileta estrela, e só porque ela está lá (e é tão linda!), ignora o próprio absurdo, e espera vê-la cair-lhe nas mãos.

Sabina.

terça-feira, outubro 03, 2006

Primeira postagem

Primeira postagem minha.Que tensão.
Um poeminha, então,pra apaziguar o(s) ânimo(s).

ABISMO OU REFÚGIO

Deixa os olhos teus
Lavarem o que resta
De dor nos cantos meus...
Deixa os olhos teus
Luz dos olhos meus
Luzirem desordenados sobre mim...
Mostra esses olhos claros
Pr’esse mundo meu
E traz a ele um pingo
Um viés de ilusão
Que a beleza existe em tudo tudo
E que olhos caros como os teus
São o abismo ou o refúgio
De quem procura na vida
Um sinal, ainda que pálido
De um amor que se perdeu.

Sabina.

E então resolvo escrever um pouco...

Assisti este domingo, na rede globo de televisão a um filme, que por costume, não gravei o nome. Costume este que se atrela a nomes de pessoas, atores, livros, revistas e qualquer outro título que deva ser gravado.

O filme era sobre a humanidade vivendo em algum ano 2000 e alguma coisa, onde tinham carros, robôs e tudo mais desenvolviderrimos tecnologicamente.
Porém gostaria de chamar atenção para os robôs. Os robôs eram construídos de tal maneira a se assemelharem com humanos e animais. Programados para andar, falar, pegar, sentir.

No filme eles fazem referencia a “inteligência emocional”, que pelo que entendi tem a ver com uma gama de informações, sentimentos e ações gravadas e associadas que eram devidamente aplicadas de acordo com a situação que o robô estivesse vivendo, se é que posso usar esta palavra.

No filme, um dos robôs foi construído a imagem de uma criança por um pai que havia perdido seu filho chamado David. E assim o robô ganha o mesmo nome. No entanto quem compra o robô é uma outra família que, praticamente, o adota. E pelo que mostra o filme, o “menino” vem para preencher o vazio do filho verdadeiro que está internado e inconsciente.

David passa a ter toda a atenção da “mãe” e em varias cenas demonstra carinho e cuidado por ela. Esta por sua vez passa a tratá-lo como se fosse um filho e ele a chamá-la de mãe. Até que o filho verdadeiro volta pra casa e passa a tormenta à vida do pobre robô. Dizendo-lhe inclusive que ele era um robô, o que David até então não sabia.

O verdadeiro filho pede para sua mãe ler a historia do pinoquio e desde então David não tira da cabeça a poderosa fada azul que o transformaria em menino.

Depois de varias trapalhadas fatais entre elas: corta o cabelo da mãe enquanto dormia machucando seu olho e cair na piscina com seu “irmão” e quase matá-lo. Seus “pais” decidem que ele deve ir embora.

Durante o filme este robô passa a dar sinais de que não é um simples robô. E depois de ser abandonado no meio de um daqueles parques americanos persegue seu objetivo de encontrar a tal fada azul.

Enfim, depois do fim do mundo é encontrado por extraterrestres no fundo do oceano. Eles conseguem ver a historia dos humanos através de imagens guardadas dentro do David. Ficam maravilhados e conversam com david que lhes diz que queria ser humano. Os ets dizem que não podem fazer isso, mas dizem a ele que de todos os robôs ele foi o que mais se aproximou da espécie humana. Pois foi capaz de persegui um sonho, o de encontrar a fadinha azul. E a encontrou, mas não passava de uma boneca de parque de diversões.

A pedido de David os etes ressuscitam a sua mãe, por apenas um dia. Até que ao fim do dia a mãe diz que sempre o amou.

Vocês devem se perguntar por que escrevi tudo isso. Bom, é que estava pensando no que poderia ter de bom num filme que termina com extraterrestres. Confesso que até a chegada dos ets, estava achando o filme ótimo. Depois deles só conseguia pensar que o autor não tinha nada melhor pra finalizar sua obra.

Mas em si o filme mostra o desenvolvimento de maquinas que já construímos e estamos construindo para desempenhar atividade. Robôs que servem para cuidar da casa, do jardim, digitar por nós. No filme, tem ate um garoto de programa procuradissimo. Este possuía uma mini-caixa de som nos dedos que ligava com um estalar de pescoço quando a ocasião pedia romantismo.

Essa busca do homem em criar, reconstruir a própria imagem foi uma coisa que me chamou atenção. E o fato de também não conseguirmos isso. A forma como a personagem se envolve emocionalmente com o robô me intrigou. Afinal, como um momento de dor pode nos tirar a esperança e o discernimento e levar-nos a amar coisas que não são pessoas. A nos envolver com algo que amenize nossas angustias.

E como o fim do filme foi capaz de propiciar um happy end para um robô que queria ser gente. Como se isso fosse capaz de acontecer. E vocês podem até pensar: “nossa como Ana é insensível, (ou quadrada ou sei lá o quê)...meu deus ele já era quase uma pessoa”. Quase viu, mas entre esse quase e ser gente tem uma distância grande e bote grande nisso.

Trouxeram até os ets para ajudar o robô. Mas o que achei lindo foi o et falar para david que não poderia transformá-lo em gente pois ainda não tinha conseguido recriar o espírito. Puxa vida, pelo menos não roubaram a gloria de Deus.

E ainda que você pense que é algo contra os ets, conscientemente não admitiria, pois de fato não foi isso que me incomodou. Mas o que me chateou foram esses tais extraterrestres chegarem no fim do filme sem mais nem menos. Ora faça-me o favor, meu povo. Não gostei e pronto.

E pra finalizar, a mais profunda das reflexões foi pensar que hoje vivemos como robôs. Com ações programadas, sentimentos limitados e emoções recalcadas ou descontroladas demais. Perseguindo sonhos não para nos transformarmos cada vez mais em gente, mas sim em pessoas bem sucedidas, bonitas, viajadas e muito inteligentes se isto for necessário. Pois se não for necessário, nos tornamos só bonitos mesmo. E ainda, podemos ser grandes armários cheios de informações e de pouco conhecimento, como se uma coisa anulasse a outra. Somos verdadeiros homens vivendo como maquinas, com soluções prévias para cada momento da vida. Com o momento certo para chorar, “afinal aqui não é lugar”. Ou com o local certo para rir, “afinal não posso perder a compostura, sou fulano de tal”. Ou ainda, com pessoas certas para dizermos: “sim fiquei triste, não esperava ou esperava demais”. Cheios de coisas para fazer, onde um minuto a mais para contemplar o sorriso de uma criança é perda de tempo.

Coitados dos homens perderam o sentido, perderam a essência.

Ana

segunda-feira, outubro 02, 2006

Adoro essa sensação de leveza e liberdade que o álcool nos proporciona. Que delícia esse sentimento de que quase tudo é permitido, simplesmente porque queremos ou sentimos. Abaixo a auto-censura e o auto-controle!! Viva à permissão, à liberdade de pensamento, expressão e ação!!!
É nessas horas que eu entendo porque tantos escritores e compositores sentem-se, ou sentiam-se, extraordinariamente motivados pelo álcool ou até mesmo pelas drogas, não que eu esteja motivando-os ao consumo das drogas ou do álcool. Pois acredito que aqui no confessionário, o que vale mesmo é o respeito mútuo e a liberdade!!! Por isso pensem o que quiserem e façam o mesmo de acordo com seus princípios e seus valores. O que posso dizer-lhes hoje, exatamente agora, é que essa sensação está uma delícia... Um ser humano normal, que trabalha... E muito... Tem contas a pagar... responsabilidades a cumprir... (e as cumpre, por incrível que pareça) possa sentir "essa tal liberdade" (que música brega, é de Alexandre Pìres ou Só pra contrariar...rsrsrs) em plena segunda-feira!
Como eu queria que o Adagga estivesse aqui... para compartilhar comigo os prazeres de Baco...
Muitos beijos a você, Adagga!!
Abraços a todos vocês, confessioneiros e ouvintes, ou melhor, leitores.
Cora Carolina