domingo, setembro 28, 2008

A bíblia fala que “a esperança adiada desfalece o coração”. Esperar por algo que desejamos ou necessitamos muito, nos faz sofrer. É comum pedirmos a Deus que esse sofrimento seja minimizado ou mesmo anulado. Como se viver com Deus ou com seus favores caracterizasse a ausência de dores. Ou (o que não sei se é menos desprezível) caracterizasse a total completude, inibindo outras necessidades.

Eu, por outro lado, afirmo, depois de uma certa experiência, que a realidade tardia desestrutura qualquer coração. Fatos, palavras, condições, amores, amarguras... varridas para debaixo do tapete. É quando alguém resolve fazer aquela faxina. Oh, Senhor, porque a verdade é essa? Porque agora?

Beirei a loucura. Era tanta raiva, tanta magoa que eu acreditei que era possível seguir em frente, sozinha. Achei mesmo. Como uma amaldiçoada poderia trilhar o mesmo erro. A penitencia que cabia a outros, agora seria a minha base, meu fundamento.

Fortes laços, ainda que frágeis, me fizeram arrimo... Logo eu, tão pequena. Logo eu...

Melhor sofrer por esperar o que de fato importa, do que não viver a própria realidade. A pior de todas as prisões: esperar pela verdade, sem saber que é dela que precisamos.

Ana

quinta-feira, setembro 25, 2008

Românticos - Vander Lee

(para o Adagga)

Românticos são poucos
Românticos são loucos
Desvairados
Que querem ser o outro
Que pensam que o outro
É o paraíso...

Românticos são lindos
Românticos são limpos
E pirados
Que choram com baladas
Que amam sem vergonha
E sem juízo...

São tipos populares
Que vivem pelos bares
E mesmo certos
Vão pedir perdão
Que passam a noite em claro
Conhecem o gosto raro
De amar sem medo
De outra desilusão...

Romântico
É uma espécie em extinção!
Romântico
É uma espécie em extinção!
Românticos são poucos
Românticos são loucos
Desvairados

Que querem ser o outro
Que pensam que o outro
É o paraíso...
Românticos são lindos
Românticos são limpos
E pirados
Que choram com baladas
Que amam sem vergonha
E sem juízo...

São tipos populares
Que vivem pelos bares
E mesmo certos
Vão pedir perdão
Que passam a noite em claro
Conhecem o gosto raro
De amar sem medo
De outra desilusão...

Romântico
É uma espécie em extinção!
Romântico
É uma espécie em extinção!

Românticos são poucos
Românticos são loucos
Como eu!
Românticos são loucosRomânticos são poucos
Como eu! Como eu!

Ana

quinta-feira, setembro 18, 2008

Não é com tanta satisfação assim que digo tais coisas, não se engane. Acontece que, enquanto cato as palavras com as quais me declarar, penso em outras tantas coisas que me fariam sentar e calar. Mas o meu prazer realmente está em não ser de igual forma amado, nem ser objeto de idolatria, como te idolatro, nem ter o meu nome em dedicatórias de amor como as que com o teu nome eu faço. Aliás, a saudade é um belo retrato, admirá-lo é que não é tão belo assim.

Eu digo essas coisas sem muitas perspectivas. Gostaria, na verdade, que de alguma forma eu mergulhasse numa loucura concreta, naquela que vislumbro todos os dias em meus pensamentos, onde lá estamos em paz, risonhos e felizes. Por ainda ser de alguma forma lúcido, é que recebo por tais pensamentos um pagamento de dor e a destruição.

Às vezes penso se não é loucura a normalidade das coisas. Se na verdade não estamos nós mergulhados em algum qualquer-coisa de ilusão e ressentementos.



Adagga

domingo, setembro 14, 2008

Presença verdadeira

Hoje foi um dia incrível: no começo, estava realmente deprimida, triste, chorei muito, até cansar, até o rosto ficar inchado. Cumpri a minha rotina do domingo com uma dor absurda, cada movimento que eu fazia revelava um esforço tremendo para seguir com a minha vida do jeito que ela é. Eu estava fraca, sensível e grosseira com as pessoas que mais amo, descontando nelas uma falta que não vem delas e não é sua culpa, o pior é que essas pessoas tirariam de mim essa dor, se pudessem, mas eu sequer lhes falei que estava sofrendo...Orgulhosa que sou.
Continuei com a minha dor e chorei, chorei até dormir e dormi muito, um sono restaurador que nem sei da onde veio, pois eu já tinha acordado muito tarde.
Quando acordei, tudo começou a mudar e os pequenos milagres foram se revelando: primeiro através da conversa e companhia de pessoas com as quais eu não falava há muito tempo, depois um telefonema inusitado e carinhoso, seguido de uma missa em que parecia que o quê o padre dizia e as música haviam sido escolhidas para aquele momento que eu estava vivendo e eu chorei, chorei novamente, não de desespero e tristeza como antes, mas pelo reconhecimento paupável e visível da presença de Deus em minha vida e como ele veio me amparar nesse momento através dos homens, meus irmãos, que vieram ao meu encontro, me oferecendo exatamente o que eu precisava: palavras, carinho, companhia e eu não precisei pedir a qualquer deles. Apenas disse, em oração, que não aguentava mais e meu Pai veio em meu socorro.
Sempre vi e reconheci a maravilhosa presença de Deus em minha vida, mas hoje ela foi tão sensível, tão presente e essencial, que termino esse dia de forma completamente diferente da que o comecei: cheia de paz dentro de mim, de paz e amor pelos que estão à minha volta, além da gratidão infinita por esse amor incondicional de Pai, cuja presença verdadeira senti.
Por isso hoje só tenho a dizer boa noite à graça de Deus que nos acompanha sempre apesar dos meus tropeços e das minhas dúvidas. Obrigada, Pai!
Muita luz, Morgana.

quinta-feira, setembro 04, 2008

"Não gosto dos justos, dos que nunca caíram, que não recuaram. A virtude deles é morta, sem valor. A beleza da vida não foi revelada para eles".
Boris Pasternak.
(Esse é o autor mesmo, não é pseudônimo, li essa frase e achei totalmente condizente com o confessionário, tinha que postar. Mavie)

terça-feira, setembro 02, 2008

Por uma salada mais decente

As mulheres existem para não serem entendidas. O homem praticamente se mantém em sua posição social desde os tempos das cavernas. Lidamos com os trabalhos mais braçais, mais perigosos e mais cansativos. Até umas décadas atrás, também éramos responsáveis pelos trabalhos intelectuais, reservando às mulheres o cultivo das lavouras e manutenção do lar e prole.


As mulheres, no entanto, acharam, e com muita justiça, que era chegada a hora de equiparar as atividades masculinas às femininas e vice-versa. E assim, com tanto mérito e dedicação, conseguiram meio que balancear as relações de trabalho e sociais, levando o homem para a boca do fogão e enchendo de charme as bolsas de valores.


Mas, como disse ainda há pouco, as mulheres existem para não serem entendidas.


Eu tenho a impressão de que o mesmo empenho que as mulheres empregam para alavancarem suas carreiras jurídicas e empresariais é alocado em dobro para jogarem a sua imagem no chão.


Desde quando eu me entendo por gente é que vejo esse tipo de coisa. Primeiro foram as dançarinas do tchan, que influenciaram uma geração inteira de aspirantes a bumbum da vez, motivando até concursos nacionais. Depois foram as Fulanas do Funk (Proibida do Funk, Enfermeira do Funk, o Diabo a Quatro do Funk...) e agora essas tais mulheres frutas.


A mídia agora serve uma verdadeira salada de peitos e bundas para todos os gostos. No cardápio está a Mulher Melão, a Mulher Melancia, a Mulher Jaca, a Mulher Maçã e até a Mulher Filé, que não é fruta, mas também serve de aperitivo. O problema é que, apesar do menu colorido e convidativo, esse pomar siliconado só tem a trazer um futuro bem indigesto a essas crianças nada inocentes de hoje. Nunca que uma juíza do STF ou uma Dilma Russef da vida vai influenciar aquela menina que não perde Malhação um dia da semana. A referência dela está no rebolado sensual, no peitinho durinho, na barriguinha torneada e na pele bronzeada dessa mulherada sem identidade e educação.


Eu fico pensando nos adultos de amanhã, que hoje, enquanto crianças, assistem a toda essa pornografia disfarçada e bem aceita pela sociedade. Mas no fim, o mais certo mesmo é esquecer o lado podre da maçã e ficar só com o que ainda dá para comer. O resto pode esquecer, pois está na mão (ou na bunda) dessas mulheres do novo milênio.

E seja o que a mídia quiser.


Um abraço!


Adagga