domingo, dezembro 31, 2006

Mais um ano se passou, dizem que ano novo é vida nova. Não creio nisso.
Quando paro para analisar minha vida percebo que estou diante de um desprentensioso amotoado de retalhos ...Pitoresco, mas não suficientemente "artistico"!
Há pedacinhos e partes de tecidos e cores, retalhos de pano,os dias de minha vida.
A minha vida só se compara a esses retalhos pois cada pedaço é algo que faz parte de mim, por exemplo: minha familia, meus amigos. Enfim, mesmo tendo muitos retalhos, sou agradecida, pois o que seria de mim sem minha familia, é nela que encontro todo apoio para superar os obstáculos. O que seria de mim sem meus amigos - tantos os novos, quantos os mais antigos - são eles que sempre me dizem "vá em frente, estamos contigo". Eu aprendi uma coisa na minha vida, que amigo é verdade, razão, sonho e sentimento. Amigo é para sempre, mesmo que o sempre não exista...
Essa amontoado de retalhos que se formou é na verdade sem nenhuma beleza aparente, podendo não ser um tapete de veludo, mas mesmo acolchoados malucos têm propósito e é assim a minha vida...
Espero que cada um de vocês que lerem possam também ter uma vida de propósitos
Feliz Ano Novo p/ todos vcs!!!

*Alex

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Sem nenhuma criatividade e vários questionamentos termino o ano. E ainda que vocês não acreditem mais questionamentos do que o de costume.
Sinto-me como uma louca confusa, vivendo o novo e antigo numa festa finita, que sei lá quando termina. aff... Loucura, loucura, loucura.
Ora sofro com essas novidades e quinquilharias, ora (como diz o “caboco”) me “advirto” com tudo. E me lembro que até uva passa... (essa é velha)
E como até uva passa, mais um ano se passou...
E ouvir falar de vocês, sobre vocês, com vocês foi muito bom!
Alegraram minhas manhãs, tardes, noites e madrugadas. Algumas vezes deixaram algo engasgado ou falaram o que eu queria ter dito.

E pra terminar este ano com muita frescura, se é que não postarei antes dos fogos: Adorei conhecê-los!

Um novo ano de muitas confissões... ou não.

Beijos

Ana

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Poema do Menino Jesus

Fernando Pessoa

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.

Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz

E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
...

Feliz 2007,
Bel Ami

segunda-feira, dezembro 25, 2006

Lista de desejos

Natal, ano novo, peru, presentes, lentilhas, sorrisos, promessas, regimes, descontos... E assim a vida continua em 2007. É o momento para fazer planos e listas de propósitos, estipular metas, alvos... Mas pensando melhor, pra quê isso? Posso dormir num mundo e no dia seguinte acordar em outro completamente diferente! Melhor mesmo é manter as coisas como estão e tentar ser feliz assim.

No entanto, devo confessar que adoraria ver algumas coisas de cabeça pra baixo neste país, sem desconsiderar que já somos um país meio torto assim. Por isso lanço aqui uma lista de desejos para 2007:

1 – PATRIOTISMO

Já parou pra pensar em quantas vezes você cantou o Hino Nacional neste ano?

“Pô, Adagga... Hino Nacional?!”

Sim, ou vai dizer que não dá gosto ver a seleção de futebol da Argentina jogando contra outro país? Eles jogam com muita raça, amor à camisa e respeito ao que defendem, bem diferente de outros conhecidos nossos. Porém, é claro que a Argentina como nação (e como seleção!) não é o melhor exemplo a ser seguido, embora tenha muitos bons exemplos a dar.

O sentimento nacionalista anda meio apagado por aqui. Tomemos como exemplo o desconforto provocado pela Bolívia quando tomou posse das instalações da Petrobrás fixadas naquele território. Para mim e muitos outros brasileiros foi constrangedor lidar com a sensação de impotência provocada pela diplomacia do nosso país. Ainda assim, o assunto restringiu-se apenas a alguns noticiários e análises de cientistas políticos, e nada mais. O vídeo da Daniela Cicarelli (guardado o intervalo de tempo entre os dois assuntos) rendeu mais respaldo popular do que o nosso problema com o gás boliviano.

Lembro quando enfrentamos o problema da carne contra o Canadá. Tivemos nossos filés e tantas outras partes do nosso gado vetadas por conta do crescimento da Embraer sobre a Bombardier canadense na fabricação de aeronaves, sob o pretexto de estarmos com o mal da vaca louca. O embargo também afetava as exportações para os EUA e México, devido ao acordo existente entre eles, o NAFTA se não me engano. Foi linda a nossa reação, ainda que um pouco modesta. A Jovem Pan deixou de tocar músicas de artistas canadenses, consumidores conscientizados boicotavam produtos fabricados lá e até a página oficial do Governo do Canadá foi atacada por hackers brasileiros, que exibiram na página principal uma vaca de biquíni com os dizeres “Hi canadians, this is your crazy cow!”. Sensacional! Além disso, conseguimos que a Organização Mundial de Comércio obrigasse o governo canadense a emitir um pedido de desculpas e atestar a qualidade da nossa carne.

Coisas assim me empolgam, me fazem sentir mais brasileiro, mas não é o que percebo entre os jovens que me acompanham na vida. As pessoas estão muito preocupadas em construir uma vida profissional sólida, comprar um carro cada vez melhor, uma casa cada vez maior e quanto mais o dinheiro permitir. Há muito tempo os movimentos estudantis deram adeus e quase ninguém fala numa nova era cultural, em algo tão impactante quanto o tropicalismo ou bossa nova. Resumindo, sinto que precisamos de um novo momento político e cultural para vivermos e ensinarmos aos nossos filhos e netos quando estes estiverem estudando a NOSSA história, e não somente aquela ladainha portuguesa e o colonialismo das Américas que já estamos carecas de conhecer das salas de aulas.

2 – RESPEITO

Uma vez eu vi um casal discutindo e a mulher, no cume da sua cólera, mandou o companheiro tomar lá se sabe onde. Particularidades à parte, eu acho ridículo um comportamento assim vindo de uma mulher. Se fosse de um homem, tudo bem, os homens são brutos por natureza, mas as mulheres não, elas representam o que há de melhor na psique humana e não convém que lábios que merecem ser beijados com tanto carinho lancem tais aberrações contra alguém ainda que este merecesse todas as farpas deste mundo.

Respeito é bom e eu gosto. Todos gostam. Além do mais, não é uma tarefa hercúlea respeitar alguém. Se não for possível, ignore-o, mas o que não vale é sair do salto.

3 – GARÇONS TREINADOS E EM MAIOR NÚMERO

Precisa dizer mais? O atendimento nos bares de São Luís é péssimo! O único lugar que ainda não tenho problemas é no Bar do Léo, no Vinhais. Nos demais, os garçons demoram a atender, atendem mal e às vezes ainda trazem cerveja quente. Sobre os bares que só vendem Nova Schin então... (ui! ai!).

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Deixo para os amigos de Confessionário meus votos de um feliz natal e que tenhamos todos muitas realizações no ano que vem, que meu fígado resista às festividades de dezembro e que o caminho de casa seja sempre muito bem lembrado (e percorrido).



Um grande abraço.






Adagga

domingo, dezembro 24, 2006

Será!?

Já me apaixonei varias vezes. Algumas vezes admiti e em muitas não. Nem pra mim mesma admitia que pudesse estar apaixonada.
No começo da adolescência, me apaixonei varias vezes. Mas só eu sabia.
O primeiro beijo veio depois da permissão da mãe. Só depois que minha mãe permitiu, eu me permiti beijar. E hoje como uma boa adulta (careta ou não) sou capaz de dizer que poderia ter esperado mais.

Depois do beijo o namoro. E antes dele um sentimento que por quase três anos escondia de mim mesma ser paixão. O namoro acabou, mas a paixão ficou, por quase o mesmo tempo que o namorou durou. Mas passou.

Depois disso, outras pequenas paixões. Umas mais intensas outras nem tanto. Algumas deram em namoro. Enquanto outras deram em beijo, quando eu ainda acreditava que isso era importante.
Porem uma paixão eu vivi e viveria novamente. Nesta sonhei como em todas as outras e mesmo sem admitir que fossem especiais pra mim, alguém sonhava comigo.
E mesmo sem saber, minha vida já estava direcionada para viver esse ”amor”. Mas como uma boa história de amor, ele partia e eu ficava. E como um típico final, ele conhecia alguém e o “amor” acabava. Os que me conhecem sabem o quanto amei.

Mas será que amei mesmo? Ou só senti. Hoje vejo que só senti. Poderia ter amado. Foi melhor assim? Meu deus, ainda penso nisso... odeio esse remoço. Odeio essa historia.

E tenho muito mais a falar. Mas é algo tão mal resolvido (eita, isso dói!) que nem como anônima gosto de comentar. E nem sei se vou postar isso....

Seria capaz de justificar de varias formas esse meu fracasso. Mas de que adiantaria explicar um erro, se eles simplesmente acontecem. Depois passam e erramos novamente. Ufa... To conseguindo me sentir comum.

Confesso que é um misto de sensações que não saberia descreve com clareza. Com certeza uma boa alise ajudaria. Um dia ela ainda entra na minha lista de realizações de ano novo.

Boa noite.

Ana

sábado, dezembro 23, 2006

Passei a noite pensando em ti

Eu te leio e me fascino com a maneira que tu articulas os sentimentos e pensamentos.
Amo tua "liberdade de criar e de compor a vida"! Tuas palavras são apaixonantes e me conquistam a cada sílaba, a cada letra.
Não te conheço, nunca te vi, mas tenho a sensação "de que sempre te amei".
Eu te amo em letras, te desejo em versos e te quero em prosa.
Não preciso te ter. A mim, basta a vontade de ti e o anseio em te ler de novo.

Muitos beijos

Glória Vox

Uma parte do meu relicário

Naquele dia,você me fez a mulher mais feliz do mundo, chegou de repente e me deu o melhor presente que já ganhei em toda vida.
Naquele dia, você me deu asas, me fez voar longe, perdida em meus sonhos mais secretos.
Naquele dia, você me fez sentir esperanças e me fez pensar no futuro.
Você me fez pensar no dia em reviraríamos nosso álbum de fotografias e contaríamos nossa linda história de amor a nossos filhos, fazendo-os acreditar em tudo aquilo de que um dia duvidamos e convencemos um ao outro do contrário.
Naquele dia, o dia em que apenas um forte abraço foi o mundo inteiro para mim. Teus braços foram o lugar mais seguro e confortável em que já estive.
Tudo é tão nítido ainda... Teu olhar, teus cabelos envoltos em meus dedos e nossa vontade de ser feliz.
No início, achei que tudo era mágico demais para ser real. Como aquilo poderia ter sido melhor do que meus sonhos?
Uma semana depois, você me tirou quase tudo: as esperanças, os sonhos, sua voz, seu corpo, seus olhos e nosso futuro. Eu te odiei para me livrar de tanta dor.
Hoje, eu te agradeço mais do que nunca, porque como eu disse, você me tirou quase tudo. Ainda guardo em mim, algo que me é caro e que ninguém jamais vai poder me tirar. Algo que é só meu e talvez jamais tenha sido nosso, o que sei é que "o momento" ficou congelado, imortal e intocável, e dele eu nunca abrirei mão.
Cris Moreto

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Meu mundo é hoje...

Um pouco de malandragem para os corações formais e almas engravatadas – e um sorriso vestido de vermelho para vocês. Por que? Porque “Eu sou assim... Quem quiser gostar de mim... Eu sou assim...”, e um “salve” para o anjo vagabundo que compôs esta certeza!

No mais, os ignorantes é que são felizes! O céu e as quarenta virgens pertencem a eles – o inferno é apenas para os ajuizados de papel. A Terra (AH, TERRA!), esta é para quem está de passagem para uma cerveja gelada ali na esquina, umas castanhas assadas e um cavaco ditando a melodia da saudade! E que saudade...

Mas sou recompensado por algumas tragadas dedicadas de um Carlton manjado e um olhar de menina que por acaso chocou-se com o meu numa incerteza qualquer da madrugada de São Luís. É... “Meu mundo é hoje... Não existe amanhã pra mim... Eu sou assim... Assim morrerei um dia...”.

“Além de flores”, meus amigos, “nada mais vai pro caixão”.


Um abraço respeitoso.




Adagga

domingo, dezembro 17, 2006

"O romper do dia"




Ele ainda não se via, mas o dia já tinha nascido.
E pra minha surpresa ele aparecia, brilhando vermelho no céu.
As gaivotas, que não sei se estão visíveis na foto, dançavam de um lado para o outro, como se festejassem a sua chegada.
E o meu desejo era só calar, e contemplar mais um espetáculo da vida.

Uma ótima semana a todos.

Hipocrisia: essa é a ordem do nosso país

O natal está chegando e junto com ele uma massa de pessoas hipócritas. Sinceramente me vejo em uma sociedade corrompida, que só se prontifica a ajudar as pessoas quando estamos numa época como essa, tão especial.
Nesse determinado período do ano, olhamos pessoas dando um total apoio as comunidades carentes; a crianças de rua; a asilos, enquanto em outras datas,não fazem nada para mudar o quadro desses grupos que necessitam de apoio não só no natal mas sempre.
Muitas das vezes me pergunto: "que pais é esse, onde o governo tem dinheiro p/ tudo, menos para dá uma assitência digna à essas pessoas?". Na mesma hora me respondo: "esse é um país onde as pessoas só valem pelo que têm e não pelo que são. É um país onde as pessoas só valorizam o dinheiro e não as qualidades que o ser humano tem...
Hoje a palavra de ordem no nosso Brasil querido é HIPOCRISIA. Como toda regra tem sua exceção, essa nova geração, a geração de jovens que buscam mudar a realidade do país, está ai para fazer a diferença.

obs: desculpem se tem algum erro...


*Alex

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Sou ninguém

Acreditei que houvesse em mim algo que me tornava melhor que muitos outros.
Talvez tivesse acreditado pelo fato de nunca ter escutado isso de quem eu realmente queria e por estar cercado de pessoas que se julgavam auto-suficientes. Fui até esforçado, mas não o bastante, eu acho...
Pra ser sincero, deve ser a segunda vez que percebo isso. Na primeira, cheguei a pensar que era louco ou algo parecido... Até desejei ser um! Logo descartei a loucura e descobri que era apenas algo relacionado com meu ego.
Na segunda, não sei o que despertou esse sentimento de superioridade. Cheguei a esquecer que havia lutado e derrotado esse meu lado antes.
Tive sorte de estar próximo daqueles que se diziam “especiais” dessa vez, pois os vi estremecendo e chorando...
Estranho dizer que isso me fez sentir aliviado, já que foi algo pelo qual lutei durante muito tempo, mas foi bom saber que eu não era o único “ninguém” que queria ser especial! Mas isso não significa que vou deixar de tentar...

Parvo.

Passatempo

Bel Ami menino. Bel Ami criança. Faz de conta. "Faz de conta que todos nós somos baixinhos, heróis e amiguinhos, tudo nessa terra linda". Terra linda que se descoloriu. Culpa da vida adulta; o encanto feneceu. Contar 1, 2, 3 e acreditar que é possível pintar um arco-íris de energia e deixar o mundo cheio de alegria, ficou no passado. Um passado mágico, diga-se de passagem. Tão mágico que se hoje não sou um adulto amargo, devo a fada madrinha (dinda ou dindinha) da minha infância.

Lembro pouco desse tempo, mas sei que fui uma criança feliz. E como toda criança feliz, eu tinha medo de tabuada. Aqueles números, aquelas operações... multiplicar então, uma luta. Teria tido uma infância mais fácil sem a matemática. Bom mesmo era sair correndo da aula e arrumar a toalhinha do lanche na hora do recreio, sentar com os amiguinhos e conversar sobre desenho. Era o que eu fazia de melhor, sonhava e sorria sem motivo, contava com cada um dos meus amigos - “a gente conta conta conta contigo, e você conta conta conta comigo”.

Eu falei de desenhos, porque criança sem desenho não existe, eram vários os que eu gostava - os Smurfs, He-Man, She-Ra, Thundercats, Cavalo de Fogo, Caverna do Dragão, etc. Uma das minhas frustrações, aliás, é nunca ter assistido ao final de Caverna do Dragão (nunca foi feito), e não entra na minha cabeça que o Uni era do mal, é como se a Smurfet transasse com os outros Smurfs. Ainda bem que me falaram que eles (os Smurfs) são assexuados, então desse mal, eu não corro. Tirando isso, eu me achava superior por ter todo o castelo de Greiskul, ganhei de Natal, fiquei felícissimo, também queria ter pedido a coleção da Moranguinho, só que isso eu não podia assumir em hipótese alguma.

Uma coisa eu fazia escondido no meu quarto: imitava a Xuxa. A nave era minha cama. Eu inclusive arrumava meu quarto todo para isso. Tinha tudo. A calda do dragão que era um escorregador, o carrossel, a pedra falante, o praga, o dengue, os ponpons coloridos, as paquitas, a nave cheia de boca vermelha... o resto eu não me lembro. Descia da cama e fazia meu programa. Enjoava rapidamente e ia brincar com meu boneco do He-Man, ou então jogar Alex Kid. Mesmo esquecendo da Xuxa, devo muita coisa a ela, foi a Rainha que me ensinou o ABC.

Depois ganhei meus patins - teve uma época que isso foi febre, e ralei várias vezes o joelho. As crianças de hoje não se machucam mais, uma pena. Não queria ser criança hoje em dia, elas não têm boas músicas, e se conformam com desenho japonês. Depois dos patins meus olhos começaram a piscar. O que é, o que é? Hora de namorar. Pronto, já não queria mais brincar, queria carinho, não o da minha mãe. Adeus infância, Bel Ami tornou-se um romântico.

Mesmo assim, seria bom voltar no tempo, e saborear cada pedacinho da minha infância de novo. Acordar bem cedinho, feliz da vida, olhar pro relógio, e esperar dá 8 horas pra assistir ao Xou da Xuxa. “E nesse din din don, juntinhos como é bom, a gente deixa o tempo passar, cai na farra e entra no ar. Teu relógio acerte com o meu, se bateu valeu”. E assim, passa 98, passa 97, passa 96. Eu assisto à fada Bela em Caça Talentos. Passa 95, passa 94. Não perco Tv Colosso. Passa 93, passa 92, passa 91. Pulo corda com o Trem da Alegria. Passa 90, passa 89. "É tão bom, bom, bom, bom". Passa 88, passa 87, passa 86. E a vida é um doce. Depois disso, eu ainda não era vivo, então nem dá pra contar... Saudade da minha infância, ela foi a realização de um sonho em vida. O futuro agora me pertence, mas bem que eu queria voltar, nem que fosse por um segundo, aos meus tempos de nave espacial.

Bel Ami

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Os raparigueiros e o futuro da nação

Jovem adora novidade. Eu particularmente sou fascinado por novas tecnologias e sempre que posso guardo um trocadinho para satisfazer meus fetiches cibernéticos. Recentemente adquiri um monitor LCD de 17” cujo botão de ligar resume-se a um discreto sensor que exige apenas um passar de dedos para que seja exibida a imagem na tela. É lindo!

Mas as coisas não acontecem por acaso. Fui um adolescente viciado em Super Nintendo e passei vários dias (talvez anos!) da minha vida jogando as séries de Super Mario e Donkey Kong Country. A curiosidade em torno dos jogos era tanta que inúmeras vezes me perdi em pensamentos imaginando como seria o passo seguinte e coisas assim. Em outras ocasiões, insatisfeito em apenas jogar, resolvia tentar abrir o console para descobrir como se apresentavam as suas entranhas, mas nunca conseguia. Como não existia um controle sobre os meus horários, era muito fácil varar a noite entre meus vícios e conquistas virtuais.

Acontece que as coisas mudaram, os pêlos cresceram e eu precisei trabalhar. Hoje eu mal tenho tempo de assistir TV e os intervalos que me restam são para ouvir uma estação ou outra de rádio, principalmente na hora do almoço quando estou na minha casa. Na busca por uma distração, acabo sempre esbarrando numa tal de Mais FM e às vezes na Rádio Cidade, duas freqüências populares em São Luís.

Quem acompanha a programação das rádios em suas casas ou carros sabe que hoje temos uma vasta opção de músicas que tratam da raparigagem como uma boa prática masculina ou no mínimo comum e aceitável entre as pessoas do nosso meio em geral. Imagine você, caro colega que não sabe do que se trata, que um dos autores, no ápice de sua composição, ameaça a coitada da sua esposa dizendo que vai alugar um caminhão, parar na frente de um cabaré e encher ele de mulher, bastando para isso que a mesma reclame das saídas noturnas do dito cujo que acontecem por vários dias seguidos. Outro, ainda no mesmo tom, orgulha-se de passar todos os dias úteis da semana gastando o seu dinheiro (que não deve ser muito) com raparigas e bebidas também no cabaré, retornando no sábado cedinho para dar um trato na mulher, tomar mais uma antes do almoço e então descansar. Não atentei para o resto da programação do pé-inchado em questão.

Na verdade são muitos os exemplos e não convêm cita-los todos no Confessionário, mas uma coisa me preocupa bastante: como serão os adultos que hoje dançam e cantam essas músicas em suas festas e no dia-a-dia de seus lares? Como serão as suas famílias e atitudes? Como seremos nós diante de uma geração que aprendeu que não é tão ruim assim levar a vida entre a embriaguez e a irresponsabilidade diária?

Os jovens, sabemos, são o futuro da nação – e eles são ouvintes presentes. A banalização da boemia mascarou a saudável vida dos bares em uma ferramenta destruidora das bases de uma vida social tranqüila, a família. Pessoas como eu, que cultivam compromissos de ocasião, devem assim permanecer se assim acharem melhor. Porém, uma vez casados, é imprescindível que cumpram os deveres matrimoniais para que os filhos dessa união não se tornem pessoas frustradas e responsáveis por vários cânceres sociais como conhecemos hoje. Para isso basta lembrar que bar não é lar.

Por isso manifesto minha insatisfação com essa medíocre safra de autores e encerro a participação com uma música que canto sob condições de ebriedade e solidão:


O MUNDO É UM MOINHO (Cartola)

Ainda é cedo amor
Mal começaste a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que irás tomar.

Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és.

Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões a pó.

Preste atenção, querida
De cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com os teus pés...


OBS: Perdoem-me qualquer erro na letra, conheço-a só de ouvido.



Um abraço.






Adagga

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Me procurei

aqui pra fins de "retrospectiva 2006" e quase morri de susto quando não me encontrei. Depois de afastada a lerdeza,juntei os trapos e fiz o balanço de perdas e danos. Abraços

Carlota

A Necessidade de Acreditar

Há algum ser que acredite ABSOLUTAMENTE em Deus, quando uma dor lancinante o dilacera por dentro?! Há quem busque sempre, de forma invariavelmente sincera, nos braços etéreos (e efêmeros) do Pai, resignação, amparo e calor?! Há quem creia em TODOS os momentos?! Sem pestanejar?! Sem que o demônio da dúvida o fustigue a concluir que pra cima só existe um nada que é impossível alcançar?!
Não sou atéia... Nem acho inteligente ser. Pra falar a verdade acho até muito burro. Porque a gente não sabe de nada, por mais sábio que pareça ou tenha estudado pra ser. Deus, no mundo da gente, serve pra abarcar as coisas que a gente nunca vai saber, justamente porque são coisas as quais Ele faz questão de esconder a resposta, para que nunca deixemos de acreditar Nele.
Deus vive da nossa dúvida. É por termos dúvidas que o buscamos cada vez mais. É por nem sempre nos sentirmos "carregados em seus braços, quando não podemos caminhar", que
continuamos a buscar pelo momento, ou pela dor que nos tornará merecedores de tão ilustre "carona".
Já me questionei profundamente, sim, sobre a existência Dele e hoje afirmo que o faço de forma cada vez mais rara... Não por ter encontrado as resposta que eu procurava, mas por me cansar de vê-las sendo sucedidas por ainda mais dúvidas.
Agora, por exemplo, sinto uma dor que parece entupir meu estômago e mastigar meu coração... E eu continuo a buscar consolo, alegria e esperança nos braços do Pai.
Porque as palavras que escuto não são as que preciso escutar... As pessoas com quem convivo não são suficientes para me bastar... E meus olhos não encontram nenhuma imagem que os façam desistir de chorar.
Se no mundo que posso ver e tocar não encontro aquilo que procuro, então passo a buscar naquilo que às vezes nem por auto-sugestão sinto. Porque pior mesmo, do que a dor, o desamparo e o desespero, é não ter em que acreditar.

Pra vocês um texto da Clarice Lispector que fala bem sobre isso. Espero que gostem:


Meu Deus, me dê a coragem
Clarice Lispector

Meu Deus, me dê a coragem
de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio
como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,
entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar
com este vazio tremendo
e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar,
sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços
o meu pecado de pensar.

Sabina.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Voltei...

Voltei... Com a alma abatida, abrasada de dor... Fiz o caminho de volta... Voltei do lugar onde estavam teus braços.
Voltei fustigada por uma dúvida que cala toda paz que já tive um dia. Voltei com a incerteza sobre mim mesma... Voltei sem saber onde estou.
E aqui nesse lugar, longe dos teus gestos e do teu cheiro, o mundo se abre num vão imenso que não vai dar em lugar nenhum, e todas a ruas, todos os rostos, todas o sons tornam-se tortuosos e monstruosamente estranhos, sem você aqui do meu lado.
Voltei porque já não sabia mais pra onde ir... E agora continuo sem saber.
Pelo menos antes eu tinha teu olhar. Agora a lembrança dele arde dentro de mim como
se fosse a única coisa que vi antes de ficar cega.
E fico buscando a tua voz pelos cantos, e resquícios de nossas estórias em todas as músicas... E tento fazer isso com alegria... Mas só tento...
Eu voltei de onde estava você, pra um lugar onde nem eu estou.
E penso aqui sozinha onde irei botar minhas pernas, meu braços, minha boca... Todos os meus membros ficaram muito confusos e sem utilidade, agora que não te tenho mais.
Fico pensando em como continuar minha vida com a nossa vida encrustada na pessoa que sou hoje... E penso em como fazer para que não vejam em mim você, e para que eu minta que está tudo sob controle, que não me sinto morrendo por dentro.
Voltei pra um lugar que não tem estruturas pra me suportar. Voltei para um cubículo minúsculo onde não posso sequer respirar...
Mas foi preciso partir, para demonstrar uma força que todos sabem que não tenho...
E desse fim de mundo, escuto de longe a tua voz... Que não diz: "sai daí, vem pra mim"... Ela ecoa de leve na minha mente, e diz: "desculpa, eu não queria te deixar voltar"...
Eu voltei, sem condenação, nem nada, apenas por amor próprio para uma prisão chamada "orgulho".

Sabina.

Apesar de

Não estou triste. Melancólico, sempre. Eu sou muito nostálgico, não posso ficar parado que lembraças vêm me atormentar. E nessa madrugada, tão calma quanto as outras, o dia da semana me atordoa. Quarta-feira. Em outras quartas-feiras eu não estive só. E nesse mesmo horário eu amava. Um horário meio místico. Horário de fábulas.

Li o texto recitado pelo meu amado, que apesar de nem ser tão amado, foi o maior amor de Bel Ami em 2006. Foi em alguma quarta-feira, ele disse: "me deparei com um trecho que mesmo fora de contexto tem muito do que eu gostaria de dizer para você. Faça sua interpretação meu bebê." - Hora dos meus amigos do Confessionário interpretarem:

"Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranquilo - Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi... E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha... espararei quanto tempo for preciso."
(Clarice Lispector, Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres)

Eu interpretei, há muito tempo. E espero. Apesar de, espero por outra quarta-feira cheia de fábulas.

Bel Ami

terça-feira, dezembro 05, 2006

DESEJO.FANTASMAS.PESADELO

Eu tento fugir, me esconder.
Espantar meus fantasmas tem sido meu maior desejo e meu maior pesadelo.
Pesadelo, fantasmas e desejo.
Palavras que já nem sei mais distinguir.
Meu desejo transformou-se em um fantasma que insiste em me perseguir.
Transformando meus dias e minhas noites em um verdadeiro pesadelo sem fim.
Eu queria poder nascer de novo.
Não quero sentir o que sinto,quero poder apagar tudo!
Tudo o que tenho feito e que teimo em querer mais!
Anseio pela próxima noite.
Espero ansiosa por aquele toque.
Prometi não fugir.
Prometi entregar-me sem pensar no estrondo.
Falhei!
Nunca fui boa em promessas, mas sempre consegui tudo o que quis.
Então por que não consigo me livrar de tudo isso?
Por que não páro de desejar o que para mim é tão difícil de aceitar?
Quero acordar e poder sonhar novamente.

Virgínia Clyde
Ouvindo uma música gostosa, senti um prazer imenso e escrevi quase tentando ouvir e entender o que eu queria dizer.

A vida tem tido um gosto especial...

Chego a quase senti-la em minha boca. Tem sido delicioso viver.
Tem sido especial cada dia. Cada conquista, cada tensão, cada falta, cada saudade. Cada vontade, cada raiva, cada alegria.
Os momentos são únicos como se estivessem sendo lembrados. Eu os percebo e decido: vou vivê-los, pois sei que serão eternos.
As pessoas viraram mistérios preciosos. Tão originais, que nem seus esconderijos me incomodam. Pelo contrario, tento encontrá-los. Conhecê-los! Isto se tornou minha grande busca, ou talvez a segunda.
Acho que nunca gostei tanto de gente.
O meu desejo tem sido sentir cada coisa. Sentir cada segundo. Percebê-los.
É como se a vida não tivesse fim. Mas a certeza é tão grande de que ela passa que não quero perder nada.
Perceber a vida tem sido viver.

Um grande beijo.
Ana

PROCURA-SE

Fiquei lisonjeado com a lembrança abaixo e confesso que adoraria dizer meu palpite sobre quem é o autor do post, mas prefiro manter a intimidade da minha opinião.

Entretanto, devo dizer que guardo profunda admiração por Bel Ami e Silvio, guardadas as devidas diferenças entre ambos. Para o segundo eu já tive oportunidade de ressalta-lo pessoalmente. Inclusive aproveito o momento para lembrar que as conveniências e obrigações da vida apenas aumentaram a minha saudade e que estou ansioso por dias (ou madrugadas) felizes como foram aqueles de julho em que tanto conversamos sobre tantas coisas. Quanto ao Bel Ami, não o conheço e nem tive oportunidade de compartilhar idéias, mas posso afirmar que sou leitor assíduo dos seus posts e que muito me atrai a sua sensibilidade para com as pessoas e situações. Além disso, já tentei algumas vezes saber de quem se trata para que pudéssemos bater um bom papo, mas sempre esbarro na regra mor do Confessionário, aquela que mantém o anonimato e que conserva o charme do espaço.

Como leitor freqüente do Confessionário das Letras, resolvi listar alguns dos confessioneiros que me fazem grande falta por estarem ausentes há tanto tempo ou por terem breves participações, embora todas elas, as de lá e as de cá, tenham sido marcantes:

Lord Strangford
Maria Maria
Silvio
BoB
Carlota
Morgana
Julianna
Mística
Dr. Fritz
Cris Moreto
Silvana D'ália
Miriam Todda
Valentino Pepa
Guilhermina Guinle
Mavie
Sabina
Dolores Trinidad


Um abraço.





Adagga

Três textos

Acabei de apresentar o Confessionário para um amigo meu. Mostrei o último texto postado nele, até então, o de Adagga (As reduzidas do Ceuma), apenas por diversão. Pelo visto meu amigo se interessou e pediu os meus escritos. Claramente eu neguei, afinal, é regra do blog não se identificar. Inusitadamente, ele deu a idéia de eu selecionar alguns textos e mostrar para ele, sendo um desses textos o meu. Eu topei.

Selecionei três autores que gosto muito. Com o maior cuidado escolhi momentos dos escritores que não compactuavam com o caráter ou gosto do visitante. O primeiro texto que mandei foi o de Sílvio, “Uma péssima noite”. Sílvio fala de uma noite mal dormida graças aos problemas de uma garota, que o intrigam bastante. Adoro esse conto, e meu amigo também gostou.

O segundo enviado foi o de Bel Ami, em um momento de revolta, “Quer porrada? Vai ter...”. Pro meu espanto, ele gostou. Também gosto muito desse momento no blog. É bom, nas horas de desabafo, não medirmos palavras, e o Bel não mediu. Mostrou bem os conflitos por que passa um gay no dia-a-dia - aprende a ficar calado, quando o mundo merece ouvir seus gritos.

Por fim, mostrei outro texto de Adagga, “Valeu, Roseana”. Esse é um texto escrito na hora certa. Lembro que entrei no Confessionário esperando ler algo sobre a derrota da oligarquia, e Adagga não me decepcionou. Li esse discurso como se fosse pronunciado por mim para todo o Maranhão.

A primeira passagem é um devaneio, ótimo para pessoas positivistas e objetivas. A segunda é a revolta de um gay, ótimo para o ego dos héteros. A terceira é a “liberdade” do povo, ótimo para quem apóia o clã Sarney. Três momentos que não têm nada a ver com o meu amigo, e um deles era eu.

- Tu és Adagga?
- Eu não estudo no Ceuma.
- Bel Ami ou Sílvio?
- Qual tu preferias que eu fosse?
- Bel Ami. Ele é mais convicto. Mas não sei, você também lembra o Sílvio.
- Eu pensei que você conseguiria identificar.
- Chutar: Sílvio.
- Se tu achas que eu sou o Sílvio. Então, para você eu sou o Sílvio.

Depois disso mudamos de assunto. Espero que ele visite mais vezes o Confessionário.

domingo, dezembro 03, 2006

As reduzidas do Ceuma

Antes mesmo de entrar no Ceuma eu já sabia que lá era um shopping, um estacionamento privativo e uma fábrica automatizada de “profissionais”. Lembro que na escola os professores diziam que o canal para a formação superior era ali, e que qualquer outra faculdade do Maranhão, fosse pública ou privada, era fichinha perto daquela colossal infra-estrutura de “saber e fazer”. Talvez.

Devo admitir que temos bons livros e um rico acervo sobre diversos assuntos (até achei um livro de Rider Hagard, autor das aventuras de Alan Quatermain, um herói da minha infância). Os computadores nos laboratórios e na biblioteca quase sempre funcionam e acessam a Internet; o sistema online consegue quebrar a maioria dos galhos, desde rematrículas à renovações de empréstimos sem sair de casa; os professores são qualificados e atendem aos alunos quando requisitados, além de comparecerem praticamente em todas as aulas; temos data show, monitores LCD, salas climatizadas, cadeiras confortáveis... Enfim, o Ceuma é um shopping, um estacionamento privativo e uma fábrica automatizada de “profissionais”, mas, problemas à parte, concede ao aluno a faca, o queijo e o Nescau gelado para não engolir seco todos os entraves e dificuldades de uma faculdade. Digo isso com o conhecimento de causa de quem passou um ano e meio de sua vida acadêmica entre carrapichos e vacas na Universidade Estadual do Maranhão – e olha que eu nem fazia agronomia ou veterinária!

Por essas e outras é que me surpreendi quando vi o tamanho da fila que se formou dentro de uma loja (sei lá o que era aquilo) que tinha máquinas de fazer cópia, entre o tribunal do curso de Direito e o shopping Belas Artes, pouco antes de começar a prova. Avistei um colega de turma que estava entre os que esperavam e fui até ele perguntar qual material ele pretendia copiar pra estudar faltando tão pouco tempo pro início da prova:

- Vou tirar uma reduzida dos slides de fulano! Quer também?

Eu olhei para o livro que trazia, pensei na UEMA, pensei no dinheiro pago religiosamente todo mês, pensei no passe escolar custeado para ir até ali e pensei no que eu poderia vir a ser como profissional de conhecimento reduzido como também eram aquelas cópias e idéias de quem me ofereceu. Respondi miseravelmente que estava com pressa e precisava ir, e assim fui.

Fica a pergunta: do que mais precisa um estudante para tornar-se um estudante de fato?


Um abraço.



Adagga

Um pouco de nada

Também não tenho muito que dizer, mas tenho o que sentir. Uma poesia para acalentar esta madrugada.


**********

UM POUCO DE NADA


A gente se encontra
Se beija
E se encanta

A gente se olha
Se bate
E se espanta

A gente não quer
Mas finge
E se cansa

A gente que vive
E não vive
Esta dança.


**********

Conserve-nos um pouco da paz e brilho dos miseráveis que assim são por amarem demais a sombra de algo que se confunde com a luz refletida no próprio ego.

**********

Valério Beltta

quinta-feira, novembro 23, 2006

VIDA LOUCA...

Tô cansadA de tanta babaquice, tanta caretice
Desta eterna falta do que falar...

Pershephone

sexta-feira, novembro 17, 2006

Desta vez, eu prometo!

Por onde anda você?
Você que espero
Que desejo
Que sei que está por vir
Mas que por vir tão longo!
Será que você veio e eu nem me dei conta?
Se veio, por favor, volte
Ainda estou aqui
No mesmo lugar
De braços abertos
E desta vez
Prometo-lhe coragem
Para despencar neste abismo sem fim
Aproveitar a queda
E não pensar no estrondo!

Virgínia Clyde

quinta-feira, novembro 16, 2006

Alguma coisa (ou nada) sobre liberdade...

Certa vez, em uma espécie de terapia de grupo, onde relatávamos sobre o que sentíamos, dificuldades, qualidades, ouvi uma das participantes falando sobre uma outra pessoa que (ela) conhecia. Finalizava dizendo que ela não era capaz de fazer “aquilo” (“aquilo” que a tal conhecida fazia. Por sinal, era algo que eu me identificava bastante).

Ela disse mais ou menos assim: “eu jamais faria isso! E chamei-a e disse a ela que não tinha o direito de fazer o que fazia. E então vejo que nesse ponto sou bem livre”.
Naquele momento pensei: como posso achar-me mais livre que outra pessoa tendo como paramento algo que não conheço? Algo que não conheço no sentido de não o viver. Como posso medir a minha liberdade por algo que passa longe de se torna a minha prisão?

Fiquei ali, pensando, calada. Não tive coragem de falar. Até por que busco a liberdade e aquilo com certeza me incomodou. Incomodou-me, pois sei bem o que a pobre da conhecida passava. Ela falava de algo que não era fácil pra mim. Consequentemente, ainda que não soubesse, julgava-me prisioneira.

Desde então venho pensando no que ela disse. Cheguei a pensar: essa pequena não sabe nada de liberdade! Enquanto ela se sente livre por saber que não possui algumas mazelas, eu me sinto completamente prisioneira por conhecer uma parte das minhas.

E não quero dar um fim ao texto escrevendo o que penso sobre liberdade. Mesmo porque é algo que vai além da esfera emocional ou física. Entra no campo da fé. Poderia ser cansativo, nem tanto pra vocês, mas sim pra mim.

To cansada, gente.

Um grande beijo a todos.

Um especial ao Adagga.

Ana

sábado, novembro 11, 2006

"Guarde!"

Penso que algumas mulheres merecem o registro de sua beleza nos versos de algum homem, ainda que este não tenha por ela qualquer coisa senão uma grande contemplação momentânea. Mas ressalvo que não existe o belo sem que haja a espontaneidade dos gestos e a naturalidade do ser, ainda que sua face e corpo sejam marcados pelos melhores temperos aos olhos de quem vê.


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LINDA DEMAIS

Tu és linda demais...
E por ser tão linda assim
E por não ser minha, também
É que te guardo num pedaço de mim
Em versos que não te esquecem
Jamais.

Pois tens no olhar uma singela magia
Que transforma e cala
Aquele que tropeça nas palavras
Com sua vã poesia
E se desculpa com o próprio olhar
Por perder a fala.

E tudo que há de ser como um sonho
Há de vir com o teu jeito
Como nos sonhos se faz.
Pois não me cansa dizer
Que ainda hei te dizer
Que tu és linda demais.

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Valério Beltta

sexta-feira, novembro 10, 2006

Sem título

Os animais dissertam sobre coisas sem que se dêem conta de que os parvos não compreendem uns aos outros gratuitamente. Eu não me importo nem exijo tolerância, quero apenas um pouco de paz e alguma nostagia para os dias de calabouço causados pela minha culpa e ingratidão, pois é disso que preciso. Preciso, sim, para que se cumpra com louvor e arte todos os pesares e sorrisos desta vida.

Recomendo a quem quiser ler que diga em alto e bom tom que "desta água não beberei e deste pão não comerei", que seja viril no momento da maldade e cauteloso quando no presente do perdão, pois viver é estar entre a cruz e a espada, sempre, e não há liberdade no seio dos que temem pelo dia de amanhã.

Mas o melhor mesmo é que a pessoa seja aquilo que convir! Dançar conforme a música não é pecado dos maiores, desde que não seja na valsa como de algum porco chamado Napoleão. Eu mesmo não sou religioso quanto ao que digo e pouco respeito o que defendo.

Ah, chega de bobagens. Eu mereço um descanso feliz depois de uma noite ao relento com algumas Songbird's enquanto cantava as estrelas que há tempos deixaram de brilhar lá no meu céu.


Um abraço.




Adagga

sexta-feira, novembro 03, 2006

Tô cansada de emotion...

Por alguns instantes milhares de coisas passaram pela minha mente.
Por causa de um sentimento consegui pensar em tantas coisas ruins que vocês não têm idéia. E tive vontade de falar sobre o sentimento e sobre tudo que passou a ocupar a minha cabeça. Odeiem-me, identifiquem-se, subestimem-me, mas esta droga de inveja resolveu dominar o pedaço no final da noite.

E quando pensava em como queria falar sobre isso, em como queria mostrar o que tem dentro de mim, pensava também se seria bom. E pensava se tudo o que já havia dito aqui, devia de fato ter saído da minha boca, ou melhor, ter sido escrito. Afinal são coisas minhas que ora aceito ora ignoro. Procedo de um ou de outro jeito, quando me convém ou quando necessito.

Mas falei e já era. É, já era! Façam o que quiser com o que escrevi.

Aff... Porque desejo ter o que não tenho e pior, por que acho melhor o que as pessoas têm do que as coisas que eu tenho. Ahhhhhhhhh

Julguem, julguem. Julguem o que escrevo, julguem o que sinto, julguem como escrevo. Julguem até o que vocês não sabem, mas devem pensar: essa Ana deve ser daquelas... blá blá blá.

Pensem, conjeturem. Façam isso, pois mesmo que eu não queira, faço o mesmo com cada post de vocês. Com cada desabafo, cada “tema”, cada dúvida, cada poema...

Aff, como somos podres!

Depois de um dia satisfeita por alguns feitos, termino a noite odiando a humanidade. Odiando toda sua hipocrisia, que não se limita a Brasília, mas se atrela a todas as mentiras que covardemente vivemos. E a todo julgamento que insistimos em fazer sem nunca ter vivido um terço da vida da pessoa julgada.

Pensei agora: qual das duas coisas as pessoas menos gostam de admitir?Será a inveja ou será hipocrisia?

Não né meus queridos. Ninguém quer ser invejoso. Hipócrita? Quem? Eu?

Não, não estou aqui pra falar coisas agradáveis. Porque deveria?? Como poderia??
E se disserem que nunca sentiram nada disso que falei. Sinto muito mais você ta pior do que eu.

Será que alguém aqui (além de mim) pode soltar alguma coisa podre nesse confessionário?

Ana

Obs.: essa foi a primeira vez que tive medo de postar alguma coisa aqui. Mas... foi!

quinta-feira, novembro 02, 2006

Todo sentimento

Hoje, deixarei à mostra no confessionário um lado que por um certo tempo tentei sublimar. Uma face que ama, que chora e que ri de felicidade por ter o privilégio de viver esta vida, de conhecer pessoas que posso denominar encantadas, não apenas encantadoras.
Agradeço ardentemente por isso, por esta vida, por vezes bandida, por outras monótona, sofrida, intensa, mas sobretudo, sobre todos os percalsos, posso dizê-la feliz, e muito feliz.
Em especial, dedico este post às pessoas que contribuem a cada dia para florear este mundo,que algumas vezes me parece fétido e incolor, mas por incrível que pareça, essas vezes são poucas diante de tantas outras que me fazem crer que vale a pena cada segundo, cada amanhecer sofrível e cada anoitecer tão esperado.
O ser humano é indiscutivelmente admirável em sua plenitude e complexidade. E neste exato instante, eu estou assim, perplexa com tanta beleza.
Sou cercada de criaturas fantásticas, todas encantadas pela magia de suas peculiaridades e estranhezas, e tudo isso torna-me um ser humano iluminado, sem contar comigo mesma que não deixo de gravar minhas digitais no coração das pessoas e lugares por onde passo.
Hoje, vocês, conhecem uma Billie um pouco diferente, sem a ira, melancolia e algo de triste que lhe tornou característico. Nesta noite, compartilhem a paixão e todo sentimento de Billie Jean por tudo que há de belo e "por todo amor que houver nesta vida".
Finalizo esta postagem com uma de minhas grandes paixões e uma de suas grandes obras.

Todo sentimento
(Chico Buarque)
Preciso não dormir
Até se consumar
O tempo da gente
Preciso conduzir
Um tempo de te amar
Te amando devagar e urgentemente
Pretendo descobrir
No último momento
Um tempo que refaz o que desfez
Que recolhe todo sentimento
E bota no corpo uma outra vez
Prometo te querer
Até o amor cair
Doente, doente
Prefiro então partir
A tempo de poder
A gente se desvencilhar da gente
Depois de te perder
Te encontro com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei
Como encantado ao lado teu.

Beijos saudosos
Billie Jean

terça-feira, outubro 31, 2006

Apenas perguntas... Humanas perguntas...

O que é fé?
Quem é Deus?
Deus existe?
E se ele (ou Ele) não existisse?
Será pecado questionar sua existência?
E quem é Deus?
Por que esse nome??
Por que não João, José ou até Maria?
Por que Deus é masculino e não feminino?
Ler a Bíblia é dever?
E por que não ler o Alcorão?
Quem não acredita em Cristo vai para o inferno?
E aqueles que cultuam outros deuses? Eles todos vão papa o inferno?? Os budistas, umbandistas, politeístas, messiânicos, muçulmanos? Todos vão queimar nas trevas??
E os ateus? Também vão direto?
Os agnósticos fazem conexão? Param no purgatório para esperar a sentença dependendo do seu comportamento e da quantidade de boas ações em vida?
E os pensamentos também têm que ser considerados pecados? Se forem... O céu deve ser um deserto ou uma chatice!
E por que não é o inverso: os bons vão para baixo e os maus sobem? O paraíso ficaria no "sub" e a agonia, o castigo seria o ápice! Por que o paraíso tem que ser no céu?
Ah!! Ainda tem a misericórdia, o perdão! Ainda bem que eles existem!
E o Diabo? Existe mesmo, veste Prada ou é só para fazer antagonismo?
Tudo é cultural, produto humano ou do comportamento humano. A cultura cria a religião e esta acaba recriando a cultura. Tudo é interligado e interdependente. o antropológico não vive sem o divino e vice-versa.
Entretanto, na realidade não tenho respostas para quase nada do que perguntei acima. Também não espero que vocês saibam ou que me respondam. Não estou muito interessada em ser catequiaada, quero apenas compartilhar opiniões e dúvidas.
A única coisa de que tenho plena certeza é de que ninguém pode viver sem fé, sem algo em que acreditar. Na hora em que a coisa aperta, e a pane é total, qual é a primeira frase que automaticamente sai de nossas bocas? Ai, meu Deus; Oh, Allah; ou qualquer outra variação que represente: E agora? A partir daqui já não é mais comigo, já não dá para fazer nada!!
Imagine-se você, em dois minutos de queda livre como as vítimas da tragédia da Gol? A quem ou a que você apelaria nesses dois minutos? Ou nem precisamos ser tão extremistas, ao ver um lindo pôr do sol, ao sentir um alívio tremendo depois de um sufoco daqueles, a quem você atribui estas dádivas?
Frida

Fogo de palha...

Cadê vocês????
Será que desistiremos antes de uma festa de confraternização?
Voltem!
Voltem todos!

Vários beijos

Ana

segunda-feira, outubro 30, 2006

Valeu, Roseana



Ah, minha amiga Roseana, meu cínico pesar pelo ocorrido, mas não foi desta vez. Não é culpa tua, nem do teu pai ou do sobrenome que te acompanha, estais perdoada dos teus crimes, mas acontece que os novos tempos exigem “Um Novo Tempo” de verdade, assim como novas concepções de um presente e um futuro melhor, um governo singular nos propósitos e plural no que diz respeito às atitudes em prol da dignidade deste povo que há tempos concede espaços à tua família. Entende?

Resolvemos então dar uma chance ao Maranhão, uma oportunidade de mudar adjetivos e conceitos que caracterizam o outrora conhecido “curral eleitoral”, apelido ridículo que explanava bem a nossa situação política.

Cabe aqui dizer também que estávamos cansados do teu empenho mimado e da tua submissão matrimonial. Cansamos do Tele-Ensino, dos capangas armados, das estradas fantasmas, dos baixos índices de desenvolvimento humano, dos prédios que levam o teu sobrenome, da visível incompetência e carência intelectual da tua pessoa, dos resorts em Barreirinhas, dos privilégios concedidos aos de casa e, principalmente, das cortinas estampadas que fazem da tua moda um exemplo patético de como vestir-se na meia idade. Na verdade cansamos de tantas coisas, que cansaria a minha beleza passar o resto da minha vida digitando os teus tropeços políticos e pessoais.

Mas valeu. Valeu os milhões de reais aplicados na campanha, as alianças políticas seladas na boca do caixa, a persuasão de milhares de eleitores analfabetos funcionais, os favelados com bandeiras tuas nas avenidas de São Luís e toda a tentativa do teu jornal fajuto de mostrar que realmente o Maranhão estava contigo para mais quatro anos de uma vida tranqüila e próspera para os teus amigos e familiares.

Foi bom saber que tu és escrava dos maranhenses, mas dispensamos a tua servidão, pois de escravos já estamos cheios.



Victor Adagga



Ana, um beijo.

quinta-feira, outubro 19, 2006

É isso... o que posso fazer?

Olá,

Acabo de voltar de uma pequena viagem a um municipio aqui perto. Viagem bem cansativa, a estrada ta péssima e meu companheiro de viagem falava que levantava os cotovelos pra que eles fizessem o mesmo. Fora o falatório descontrolado, as conversas foram proveitosas. Na volta tive que fechar um pouco a cara pra demonstrar que não queria ouvir e nem falar mais nada. Desculpem-me os “educados” (mas caramba!) numa van daquelas (quente e suja), ouvir seus cotovelos falarem, depois de um almoço “biscoito bonó com refrigerante jesus” não era uma boa idéia.

Confesso que a noite anterior à viagem foi péssima. Tive uma crise de pensamentos acelerados, se é que existe crise disso. Mas passei a noite pensando nos últimos acontecimentos do dia, nos acontecimentos dos últimos cinco anos e nos acontecimentos dos próximos anos, até aproximadamente 2020. Pense numa noite estressante! Afff... Terrível. Acho que fui dormir umas quatro horas da madruga e tive que levantar cinco e vinte. É meu povo, sou uma looooooouca!!! Espero que ninguém se escandalize por saber que penso tanto. Penso no que já vivi e no que nunca aconteceu. No que nunca disse e no que nunca fiz. Credoooooooooooooooooo! Vou parar. Se não a noite vai ser pesada. Quero dormir e por isso compartilho isso com vocês, meus queridos. Compartilhar os problemas ainda é um dos melhores remédios para curar a alma. De fato tenho crido nisso. Assim uso poucas máscaras, pois me escondo menos atrás do que vocês não sabem e assim vocês (para quem admitir) tiram as suas por se verem em mim. Rapaz, mas isso é muito lindo!

Bom, gente. Um grande beijo a todos!

Ana

segunda-feira, outubro 16, 2006

Acredita, meu amor?

A felicidade, meus amigos, ainda reside nas várias formas de amar. Seja o amor materno, o amor pelos amigos, pelas pessoas que nos completam e até mesmo pelos bichos que nos servem de grandes companhias em tantos momentos de nossas vidas. Ou seja, o amor e consequentemente a felicidade está naquilo que é vivo. O Grande Sábio que veio antes de nós disse que "onde está o seu tesouro ali também está o seu coração". Deixo um saudoso abraço aos colegas de recinto e alguns versos para os apaixonados como também sou.


Acredita, meu amor
Que, como todos os amantes,
Também tenho o maior amor do mundo
E por ti morreria
E sacrificaria alguns instantes
Para conhecer-te além
E cada vez mais fundo?

Acredita?

Eu faria, e seria todo em sorrisos
Palavras e tristezas, também
Desde que assim quisesse
E fosse então para o teu prazer
Pois eu te amo
E como nunca antes amei na minha vida
São os teus desejos os meus motivos para viver.

****************************************************

É sim, meu amor
Pois como são os apaixonados
Também não vejo
Não ouço
E não sinto
A menos que venham todas as coisas de ti.

Pois não me vale o beijo
Tampouco o brilho de outra mulher
Já que no meu íntimo
E no mais secreto desejo
Não há espaço para uma outra vida
É somente a tua que minh'alma quer.

**************************************************

Não duvides, meu amor
Que sou fraco
E sou forte
E sou os teus olhos
Que também são meus.

Sou um pouco da saudade
Quando não estais
E do zelo
Quando dormes a esmo
Sob os meus lençóis.

Sou alguém que por ti cultiva um grande amor
Que não é infinito, confesso
Mas que está muito além
E desconhece toda a inocência
E alguma dor.

****************************************************

Acredita, meu amor
Que é tudo verdade
E não clamam as minhas palavras
Por outras razões

Senão as tuas?
Pelas quais vivo
E entrego o meu espírito
Para que seja teu

E tu sejas minha
Enquanto houver sempre
E houver amor
E houvermos nós.

Acredita?


****************************************************
Adoraria que tudo neste mundo se parecesse contigo.


Valério Beltta

sábado, outubro 07, 2006

Cora Coralinda...

Deixo-lhes hoje duas belíssimas pérolas da criatura que me ensinou amar e adorar a poesia em sua máxima sinceridade e simplicidade.
Deliciem-se ao sabor de Cora,que não é a Carolina, mas a velha (como ela mesma gostava de se denominar) e doce, Cora Coralina.

NÃO SEI...

Não sei... se a vida é curta...

Não sei...
Não sei...

se a vida é curta
ou longa demais para nós.

Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira e pura...
enquanto durar.

Cora Coralina

Assim eu vejo a vida

A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.

Cora Coralina

Um grande beijo a todos
Cora Carolina

sexta-feira, outubro 06, 2006

Oração dos Amigos

Nós, aqui nesta mesa, um pouco cansados da rotina, com esta bebida forte e difícil, algumas idéias e mais uns papéis velhos que vieram parar nos meus bolsos, fazemos registro de um gracioso brinde realizado em homenagem à amizade de algumas pessoas que se gostam.

E nesta tarde, que segue anônima e quente como tantas outras em São Luís, nos juntamos para a prática do riso e palavrões desvairados, para as várias histórias guardadas e algo mais da vida como se vive em alguns bares, cuja maldade não guarda mais que a inocência de quem amou pouco por não saber quando chegara a hora certa de amar.

Que a vida não tome partido dos bêbados e do que pensam os bêbados, pois somos todos solitários e carentes como são os infantis, meninos que brincaram por demais e que apenas sentem a falta de um colo sincero para derramar algumas vergonhas de uma vida sozinha que já nem tem tanto do que se envergonhar.

Quanto a elas, as mulheres que um dia amamos por algum motivo, que não se desfaçam em suas aventuras as noites vividas sob os nossos lençóis e nossos cigarros, envoltas pelo suor com perfume de malícia e alguns gemidos ao pé do ouvido compartilhados a sós em certos momentos de prazer. Conservemo-nos amigos, pelo menos, e que nossa amizade seja então e sem ressentimentos.

E nós, meus irmãos, sejamos sempre fiéis àquilo que nos mantém de alguma forma vivos, seja nossa saudade por qualquer coisa, nosso prazer pela embriaguez ou quem sabe aquilo que nos traz um pouco de ansiedade. E que se confundam apenas as fumaças exaladas sem direção e sem propósito pelos cigarros em nossas bocas, mas nunca os motivos que nos trazem até aqui para vivermos um ao outro em mais uma tarde quente e feliz de São Luís.


Adagga e alguns amigos.

Sra. Interessante...

A música que mais se adequa a mim atualmente.Não fui eu quem compus - não, não sou tão interessante - mas achei interessante alegrar vcs. A música é de um programa infantil.


"Senhora Interessante

Você sabe pra que servem os caminhões?
Sabe por que existem estrelas e constelações?
Isso não sei, somente sei que é muito interessante.

Você sabe por que voam os aviões?
Sabe por que eu tenho que escrever canções?
As canções são para lhe dizer que tudo isso é
interessante, tudo é muito interessante.

Você sabe por que tem que ir ao banheiro?
Sabe por que tem que trabalhar o ano inteiro?
Isso eu não sei, somente sei que pode ser interessante.

Você sabe o que comem os marcianos?
Tem alguma idéia do que tem dentro de um piano?
Isso vou saber, e poderei, dar uma de interessante.

Com o trabalho e o banheiro a tensão pode matar,
Sobre marcianos e pianos, temos que conversar.

Com o tempo você pode ser
um senhor interessante, ou senhora interessante,
alguém muito interessante.

Mas se um dia me chateio, (cha-la-la-la)
E perco todo interesse
Se não acho mais perguntas (cha-la-la-la)
Abandonando o saber

Também será interessante (cha-la-la-la)
Um assunto interessante(cha-la-la-la)
Porque sou interessante (cha-la-la-la)a senhora
Interessante, (cha-la-la-la) a senhora interessante
(cha-la-la-la)(cha-la-la-la)(cha-la-la-la)! "


Sra. Interessante

quarta-feira, outubro 04, 2006

Á pequena Billie

Esse post tinha sido removido daqui em uma crise de auto-censura, mas há alguns dias tenho repensado algumas coisas e lembrei de duas frases que um amigo me disse em ocasiões diferentes, mas que sempre me vêm à cabeça de maneira atrelada.
A primeira é: "Billie, você se explica demais, se justifica demais!" E a segunda é: "Foda-se o mundo que eu não me chamo Raimundo!!!"
Por essas frases e algumas outras razões,concluo que não me chamo Raimundo e não perco a mania de me explicar. Assim, ligo o "foda-se" e republico um desabafo de um momento super nostálgico e muito valioso prá mim.


Relendo os posts anteriores do confessionário, encontrei algo de doce nas saudades de Cris que me fez lembrar da minha infância, de meus sonhos e fantasias de menina. Um menina falante, que assim como agora, se negava a falar de amor ou qualquer coisa que revelasse sua tremenda fragilidade. Até hoje, no auge dos vinte e tantos anos não entendo muito bem esse mecanismo de defesa, não sei ao certo como ele foi construído, só sei que ele existe e já faz muito tempo.
Desde os primórdios em que aquela garota de óculos, gordinha e cdf se punha em frente à penteadeira com sua melhor roupa, os sapatos e acessórios da mãe, com uma maquiagem que imitava as que ela via na TV e vários textos, textos que ela passava a semana inteira redigindo, se preparando para a apresentação do fim de semana.
Billie adorava escrever, mas nunca se permitiu ter um diário que fizesse jus ao nome. Escreveu pouquíssimas vezes confissões, não permitia nem a si mesma reler seus pensamentos mais íntimos. Imagina quando ela se apaixonou pela primeira vez (nossa, assumiu que gostava do tal menino anos depois).
Billie se atinha a escrever sobre aquilo que via e ouvia. Eram textos dissertativos inocentes, mas feitos com muito capricho, com uma visão mesclada entre o que ela via e ouvia pela TV, as críticas de sua avó, extremanete atualizada envolta por jornais e noticiários, e a sua imaginaginação prá lá de fértil. Assim, ela passava a semana redigindo as matérias do jornal do sábado, o seu jornal, apresentado em frente àquela velha penteadeira de madeira escura e espelho embaçado.
Seu sonho era ser jornalista, viajar o mundo, falar várias línguas, ter um apartamento, morar em uma cidade grande e ter os cabelos ruivos e lisos como os de Solange-personagem de uma novela que alguns de vocês devem lembrar. O nome era Vale tudo e a personagem tinha todas essas características e chamava a todos de chérrie (não sei bem se é assim, meu francês é praticamente nulo). Acho que foi nessa época que ela teve certeza de que era isso que queria ser quando crescesse. A mocinha da história, refinada, independente, nem sempre tão amada, mas sempre otimista, viajada, culta, ruiva e jornalista, o mais importante de tudo!
O tempo passou e Billie foi se esquecendo de muitos desses sonhos, assim como de muita coisa desse tempo, ficou tudo nesse baú que hoje reviro com muitas saudades, sentindo todos os sabores, odores e aquela crença, quase certeza, de um futuro brilhante daquela menina que há muito não vejo, mas que com a qual sei que ainda tenho muito a aprender. E estou certa de que um dia nos encontraremos de novo e acertaremos todas as nossas contas!
Billie Jean

Quanta pretensão... ou melhor, despretensão!

Que coisa hein, gente!!
E olha que um dia eu achei que sem mim o confessionário iria acabar fenecendo...
Depois de um certo tempo sem conseguir nem ao menos vir aqui, dou de cara com essa surpresa maravilhosa: vocês!!! Sinceramente não imaginei tamanha propagação!
Estou chapada e muito contente, sem falar nas saudades que sinto daqui. Tenho pensado muito, chorado um pouco e dado gargalhadas consideráveis. Em meio a tudo isso, meu fluxo de pensamento está completamente enlouquecido, o que me deixa acesa pra escrever. Mas infelizmente, meu sono, que sempre foi tão precioso, tem me roubado todas as noites de uma forma arrebatadora e irresistível, ao lado de um cansaço que me petrifica.
O que tenho feito para amenizar meus ânimos é falar muito sozinha, principalmente quando estou dirigindo, nos momentos em que eu não paro nos sinais e danço até perder a noção de que ele esverdeou...rsrsrsrs...Adooooooooooooooooroooooooooo... Também amo chorar no carro por qualquer motivo, alegria, tristeza, nostalgia. Às vezes me dá vontade de chorar e eu seguro até o momento de estar no carro e "dar descarga naquilo tudo"...E ao final, rir de mim mesma!
É gente, eu estava mesmo com muitas saudades de tudo isso!!
Queria muito ficar mais tempo hoje e colocar em dia tudo o que tenho vivido e pensado, vocês iriam cansar de tanto ler tanta sandice!
Até a próxima!!
Muitos beijos a todos
Billie Jean
P.S: Amei os novos confessioneiros!! Sejam bem vindos!!

SOBRE ALGUÉM QUE NÃO VEM

Sinto na pele o sopro leve e quente que me causa a tua lembrança. E olho entusiasmada o tempo, o vento que inquieta as cortinas da janela,o solitário e urbano pássaro que, pousado num fio elétrico, parece tão entediado quanto os incógnitos passantes as cruzarem-se no vai-e-vem das ruas.
Olho o torvelinho cotidiano formado em meu redor e tudo parece anunciar a tua chegada.
Como não soubesse a que atribuir tão suave e prazerosa ameaça, passo a ensimesmar-me, assim, como alguém que quer acreditar em algo que não vê, e espera, mordendo os lábios e apertando os olhos, extrair do pensamento uma visão do que não está; um espectro do que anseia ter em frente aos olhos.
Falo da busca acelerada e constante em mim por um sinal teu. E essa angústia latejante, que num lusco-fusco clareia e enegrece minhas esperanças, fala já à minha consciência que a muito já se foi o momento de esperar por uma chegada tão irreal.
Porque tu estás longe da maneira mais inextricável possível.
Porque em teu coração pulsa, agradável e intimamente, um amor que não é meu. E o puro amor que te enternece é o mesmo que esmaece as cores brilhantes do meu sonho... Esse que é te ver chegar aqui, eufórico, desmesurado... Com a boca cheia de ternuras e indecências.
Mas não é meu esse amor.
Ainda que minha tola obstinação implore pelo contrário, a porta da minha casa não receberá nos trincos o impulso dos teus punhos ansiosos. Nem as colchas da minha cama revelarão os doces vestígios do teu cheiro na manhã seguinte...
Porque tudo que há em mim, o desejo, a esperança, a feliz temerosidade, são tudo ilusões... Como quem mira nostálgico uma dileta estrela, e só porque ela está lá (e é tão linda!), ignora o próprio absurdo, e espera vê-la cair-lhe nas mãos.

Sabina.

terça-feira, outubro 03, 2006

Primeira postagem

Primeira postagem minha.Que tensão.
Um poeminha, então,pra apaziguar o(s) ânimo(s).

ABISMO OU REFÚGIO

Deixa os olhos teus
Lavarem o que resta
De dor nos cantos meus...
Deixa os olhos teus
Luz dos olhos meus
Luzirem desordenados sobre mim...
Mostra esses olhos claros
Pr’esse mundo meu
E traz a ele um pingo
Um viés de ilusão
Que a beleza existe em tudo tudo
E que olhos caros como os teus
São o abismo ou o refúgio
De quem procura na vida
Um sinal, ainda que pálido
De um amor que se perdeu.

Sabina.

E então resolvo escrever um pouco...

Assisti este domingo, na rede globo de televisão a um filme, que por costume, não gravei o nome. Costume este que se atrela a nomes de pessoas, atores, livros, revistas e qualquer outro título que deva ser gravado.

O filme era sobre a humanidade vivendo em algum ano 2000 e alguma coisa, onde tinham carros, robôs e tudo mais desenvolviderrimos tecnologicamente.
Porém gostaria de chamar atenção para os robôs. Os robôs eram construídos de tal maneira a se assemelharem com humanos e animais. Programados para andar, falar, pegar, sentir.

No filme eles fazem referencia a “inteligência emocional”, que pelo que entendi tem a ver com uma gama de informações, sentimentos e ações gravadas e associadas que eram devidamente aplicadas de acordo com a situação que o robô estivesse vivendo, se é que posso usar esta palavra.

No filme, um dos robôs foi construído a imagem de uma criança por um pai que havia perdido seu filho chamado David. E assim o robô ganha o mesmo nome. No entanto quem compra o robô é uma outra família que, praticamente, o adota. E pelo que mostra o filme, o “menino” vem para preencher o vazio do filho verdadeiro que está internado e inconsciente.

David passa a ter toda a atenção da “mãe” e em varias cenas demonstra carinho e cuidado por ela. Esta por sua vez passa a tratá-lo como se fosse um filho e ele a chamá-la de mãe. Até que o filho verdadeiro volta pra casa e passa a tormenta à vida do pobre robô. Dizendo-lhe inclusive que ele era um robô, o que David até então não sabia.

O verdadeiro filho pede para sua mãe ler a historia do pinoquio e desde então David não tira da cabeça a poderosa fada azul que o transformaria em menino.

Depois de varias trapalhadas fatais entre elas: corta o cabelo da mãe enquanto dormia machucando seu olho e cair na piscina com seu “irmão” e quase matá-lo. Seus “pais” decidem que ele deve ir embora.

Durante o filme este robô passa a dar sinais de que não é um simples robô. E depois de ser abandonado no meio de um daqueles parques americanos persegue seu objetivo de encontrar a tal fada azul.

Enfim, depois do fim do mundo é encontrado por extraterrestres no fundo do oceano. Eles conseguem ver a historia dos humanos através de imagens guardadas dentro do David. Ficam maravilhados e conversam com david que lhes diz que queria ser humano. Os ets dizem que não podem fazer isso, mas dizem a ele que de todos os robôs ele foi o que mais se aproximou da espécie humana. Pois foi capaz de persegui um sonho, o de encontrar a fadinha azul. E a encontrou, mas não passava de uma boneca de parque de diversões.

A pedido de David os etes ressuscitam a sua mãe, por apenas um dia. Até que ao fim do dia a mãe diz que sempre o amou.

Vocês devem se perguntar por que escrevi tudo isso. Bom, é que estava pensando no que poderia ter de bom num filme que termina com extraterrestres. Confesso que até a chegada dos ets, estava achando o filme ótimo. Depois deles só conseguia pensar que o autor não tinha nada melhor pra finalizar sua obra.

Mas em si o filme mostra o desenvolvimento de maquinas que já construímos e estamos construindo para desempenhar atividade. Robôs que servem para cuidar da casa, do jardim, digitar por nós. No filme, tem ate um garoto de programa procuradissimo. Este possuía uma mini-caixa de som nos dedos que ligava com um estalar de pescoço quando a ocasião pedia romantismo.

Essa busca do homem em criar, reconstruir a própria imagem foi uma coisa que me chamou atenção. E o fato de também não conseguirmos isso. A forma como a personagem se envolve emocionalmente com o robô me intrigou. Afinal, como um momento de dor pode nos tirar a esperança e o discernimento e levar-nos a amar coisas que não são pessoas. A nos envolver com algo que amenize nossas angustias.

E como o fim do filme foi capaz de propiciar um happy end para um robô que queria ser gente. Como se isso fosse capaz de acontecer. E vocês podem até pensar: “nossa como Ana é insensível, (ou quadrada ou sei lá o quê)...meu deus ele já era quase uma pessoa”. Quase viu, mas entre esse quase e ser gente tem uma distância grande e bote grande nisso.

Trouxeram até os ets para ajudar o robô. Mas o que achei lindo foi o et falar para david que não poderia transformá-lo em gente pois ainda não tinha conseguido recriar o espírito. Puxa vida, pelo menos não roubaram a gloria de Deus.

E ainda que você pense que é algo contra os ets, conscientemente não admitiria, pois de fato não foi isso que me incomodou. Mas o que me chateou foram esses tais extraterrestres chegarem no fim do filme sem mais nem menos. Ora faça-me o favor, meu povo. Não gostei e pronto.

E pra finalizar, a mais profunda das reflexões foi pensar que hoje vivemos como robôs. Com ações programadas, sentimentos limitados e emoções recalcadas ou descontroladas demais. Perseguindo sonhos não para nos transformarmos cada vez mais em gente, mas sim em pessoas bem sucedidas, bonitas, viajadas e muito inteligentes se isto for necessário. Pois se não for necessário, nos tornamos só bonitos mesmo. E ainda, podemos ser grandes armários cheios de informações e de pouco conhecimento, como se uma coisa anulasse a outra. Somos verdadeiros homens vivendo como maquinas, com soluções prévias para cada momento da vida. Com o momento certo para chorar, “afinal aqui não é lugar”. Ou com o local certo para rir, “afinal não posso perder a compostura, sou fulano de tal”. Ou ainda, com pessoas certas para dizermos: “sim fiquei triste, não esperava ou esperava demais”. Cheios de coisas para fazer, onde um minuto a mais para contemplar o sorriso de uma criança é perda de tempo.

Coitados dos homens perderam o sentido, perderam a essência.

Ana

segunda-feira, outubro 02, 2006

Adoro essa sensação de leveza e liberdade que o álcool nos proporciona. Que delícia esse sentimento de que quase tudo é permitido, simplesmente porque queremos ou sentimos. Abaixo a auto-censura e o auto-controle!! Viva à permissão, à liberdade de pensamento, expressão e ação!!!
É nessas horas que eu entendo porque tantos escritores e compositores sentem-se, ou sentiam-se, extraordinariamente motivados pelo álcool ou até mesmo pelas drogas, não que eu esteja motivando-os ao consumo das drogas ou do álcool. Pois acredito que aqui no confessionário, o que vale mesmo é o respeito mútuo e a liberdade!!! Por isso pensem o que quiserem e façam o mesmo de acordo com seus princípios e seus valores. O que posso dizer-lhes hoje, exatamente agora, é que essa sensação está uma delícia... Um ser humano normal, que trabalha... E muito... Tem contas a pagar... responsabilidades a cumprir... (e as cumpre, por incrível que pareça) possa sentir "essa tal liberdade" (que música brega, é de Alexandre Pìres ou Só pra contrariar...rsrsrs) em plena segunda-feira!
Como eu queria que o Adagga estivesse aqui... para compartilhar comigo os prazeres de Baco...
Muitos beijos a você, Adagga!!
Abraços a todos vocês, confessioneiros e ouvintes, ou melhor, leitores.
Cora Carolina

segunda-feira, setembro 25, 2006

Sabe aqueles dias em que a gente só quer chegar em casa e encostar a cabeça em um ombro acolhedor e ficar lá quietinha, sem falar nada, só esperando o tempo passar? Dias em que o cansaço físico é tão grande, que a única vontade que se tem é desse silêncio recheado de compreensão e ligação entre as duas pessoas que dele participam, onde nada precisa ser explicado, mas tudo é imediatamente entendido. Quando o esgotamento chega até o espírito e dá vontade de chorar, quando dá tudo errado e precisamos de alguém que seja nosso repositório de energias e nos encha e preencha de forças novamente, para no dia seguinte continuarmos de novo.
Hoje foi um dia desses para mim e pela primeira vez em muito tempo eu senti realmente falta de alguém ao meu lado, não um amigo apenas, mas alguém que estivesse ligado a mim de forma diferente e que esperasse me ouvir ao fim do dia (ou se o dia for muito difícil no decorrer dele), que precisasse igualmente de mim. Alguém para quem falar comigo seria parte essencial de seu dia e eu poderia encostar minha cabeça e permancer calada ou chorar baixinho se desse vontade, sem que fosse necessário explicar a razão, só de cansaço talvez...
Sei que os mais religiosos argumentarão que essa força pode ser dada por Deus e eu sei disso e concordo plenamente, mas Ele também fez o homem e a mulher (ou duas mulheres ou dois homens, dependendo do gosto da pessoa) para andarem juntos e para se compreenderem e amarem e se ajudarem mutuamente nessa caminhada, que por vezes parece tão difícil e sei, sinto que Ele não me recrimina por essa falta imensa que sinto hoje, pois Ele me fez assim incompleta, para não ser sozinha, para buscar no outro a minha completude, saindo de mim mesma e do meu comodismo e do meu egoísmo. E Ele, como me conhece bem, sabe como isso é difícil para mim, como é difícil dar esse passo em direção ao outro, esse outro que eu nem sei quem é, mas que já sinto falta, como uma saudade do não vivido e uma vontade de que ele chegasse antes do dia em que efetivamente chegará, por isso sei que Ele (Deus) me entende e sabe o que eu estou sentindo agora.
Hoje não me sinto auto-suficiente (é, às vezes me iludo assim), sinto hoje brutal e escancaradamente a falta de alguém, o que passei quase dois anos sem sentir e, apesar de doer, apesar de não saber quem é ou será esse alguém, estou feliz, por simplesmente sentir isso de novo, a falta essencial para qualquer busca e anseio do homem, para mim é um grande passo e um grande dia...

Muita luz. Morgana.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Quer porrada? Vai ter...

Eu escutei por aí, "vamos dá porrada naquela bichinha". Não sei de quem se trata, e tampouco conheço o autor da frase, mas é isso que acontece, as bixas, os viados e os gays, apanham frequentemente, e nem falo aqui somento dos pontapés e murros que machucam seu corpo, falo também das agressões verbais: "são gays, merecem a aids".

Sou gay e vivo constantemente com esse preconceito indireto; fico calado. Eu sou um covarde. Idealizo um mundo igual, parado, confiando na lei e pensando em justiça. O gay que apanha, terá sua recompensa e os bárbaros serão presos. Não me lembro de nenhum caso assim, e nem sei porque confiar na justiça. Essa lei que proíbe o casamento entre dois homens; o direito que veta a adoção de casais homossexuais; uma ética que desemprega um homem pela sua sexualidade "anormal"; até o sexo é proibido, qualquer intimidade em público pode acabar atrás das grades.

E lembro também dos xingamentos constantes, que não são direcionados a mim, mas são direcionados a minha classe: o grupo Rosa. Sim. O grupo Rosa. E minha maior vontade é apoiar completamente esse grupo, e impor respeito. Assim, como um negro impõe. Eu quero ver quem aqui tem coragem de chamar um negro de "preto"; quem tem coragem de chamar um israelita de judeu... Ninguém. Eles sabem impor respeito. Podem até falar mal, mas vai ter uma resposta.

E é essa resposta que eu quero dá; vou conseguí-la ao sair da penumbra pra poder agir e defender o meu grupo Rosa. Podem me chamar de viado, bicha, pederastra e o que for; podem até me bater, "viado tem que apanhar mesmo". Mas esperem a minha resposta, e ela virá da mesma forma, pois cabe a mim o papel da Lei. Comigo vocês não podem, e fiquem calados. É bom começarem a me respeitar, e quando olharem qualquer um do grupo Rosa, não falem nada se não quiserem levar porrada. E é isso que falta o gay aprender, deixar de ser covarde e falar aos ignorantes o que eles precisam ouvir: "É bom não se meter comigo!".

Bel Ami

quinta-feira, setembro 21, 2006

Desencontros

Olá, companheiros!

Vou me aproveitar do tema e dizer que o sexo entre amigos é bem temperado pela curiosidade, o que o torna mais excitante. Já o fiz e gostei, sem que com isso tenhamos passado por qualquer sorte de arrependimento no dia seguinte. Acho que só não vale repetir, pelo menos não com freqüência, a custo de que a amizade vire sacanagem. Deixo aos calorosos amigos de Confessionário algumas reflexões. Um beijo e um abraço a todos.



DESENCONTROS

Talvez nos faltasse alguma compreensão
Sobre coisas normais
Como o ciúme
A saudade
E aquilo que não tínhamos
Ou que tínhamos demais.

Talvez nos faltasse um beijo
Quando no momento do encontro
E um abraço apertado
Acrescido do sorriso
E as desculpas pelo atraso.
Além de tudo que nos traz um punhado de encanto.

Precisávamos conversar mais vezes
Saber de nossas vidas
Sorrir algumas bobagens
Tratar umas feridas
Não descuidar do amor, nunca
Nem transparecer nosso olhar de despedida.

Faltou-nos, enfim, tanto
Que já não era motivo
Para alardes e espantos
Os conflitos já banais
As discórdias
E os nossos desencontros.


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Guardo de ti a parte boa que nos restou.


Valério Beltta

quarta-feira, setembro 20, 2006

Então tá combinado é quase nada...

...é o tudo somente sexo e amizade...
Amigos são são vitais, assim como sexo. Ambos nos proporcionam momentos indescritivelmente maravilhosos, prazer, satisfação, contentamento. A ambos também podemos atribuir qualidades semelhantes, uns mais intensos outros mais serenos, alguns inesquecíveis e outros que podem se perder no tempo, deixando algo de bom ou nada. Mas se eles podem ter tanto em comum, por que a combinação dos dois pode ser bombástica?
No início eu acreditava que era tudo muito fácil, assim como na música: "Então tá combinado. É quase nada: é tudo somente sexo e amizade". Que bom seria se sempre fosse assim. Se não houvesse o risco de um se envolver e querer algo mais profundo, enquanto o outro só cedeu a uma tentação pós bebedeira. Que bom seria se pudessem se encarar normalmente no dia seguinte, sem aquela tensão sexual ou simplesmente de uma culpa moral e um medo de ser rejeitado e o pior de todos, de perder o amante e o amigo.
Eu continuo crendo que é possível ter-se sexo e amizade em uma só pessoa, mas admito que é um tanto raro. E que sempre vão haver algumas complicações de praxe como nossa saudosa Mavie sabiamente mencionou.
Vou confessar a vocês uma experiência que tive há uns anos com um amigo muito próximo. Como vocês já devem imaginar, tudo aconteceu depois de uma noite regada a boa música, muitos martinis e conversas íntimas, que chegaram a ser picantes. Enfim, depois de tudo, acabamos conversando na cama, ambos sozinhos e sedentos um do outro. Talvez o desejo não tenha surgido naquele dia, mas era tudo tão velado, que precisava de um certo "estímulo externo" que naquela ocasião parecia perfeito.
Nas primeiras semanas foi meio difícil vê-lo, conviver com ele, o desejo era enorme e devo confessar que até hoje ele mexe um pouco comigo, mas nada passa de atração. No dia seguinte àquela noite, a única coisa que perguntei a ele foi: "Te arrependeste?" e ele seguramente me disse: "Claro que não". Aquela resposta me deixou aliviada e esperançosa de que aquela seria apenas a primeira noite de muitas. Lêdo engano. O arrependimento por parte dele veio e eu o compreendi, e respeitei embora nunca tenha sentido o mesmo. Chegamos a transar outras vezes, todas muito boas, uma melhor que a outra. Hoje em dia, passado o furor do tesão, continuamos grandes amigos, nos respeitamos, nos divertimos juntos sem malícia e nenhuma tensão sexual. Chegamos a conversar a respeito, colocamos todos os pingos nos "is", sem neuroses. Agora,nos vemos menos, mas isso não tem nada a ver com nosso antigo envolvimento, tomamos caminhos diferentes.
Admito que só de lembrar, sinto algo dentro de mim, um desejo bom e controlável.
A sensação que tenho é de que ficou algo suspenso, que não foi rompido mas encontra-se naturalmente disperso... Até o dia em que os astros conspirarem novamente em nosso favor...
Cris Moreto

terça-feira, setembro 19, 2006

UM POUCO DE MÚSICA

Wave
Tom Jobim
Composição: Tom Jobim
Vou te contar meus olhos já não podem ver
Coisas que só teu coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor é impossível ser feliz sozinho

O resto é mar, é tudo que não sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho à brisa e me diz é impossível ser feliz sozinho

Da primeira vez era a cidade
Da segunda o cais e a eternidade,
Agora eu já sei,
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver

Agora eu já sei


Julianna

Arrependimento (rompendo o silêncio)

Arrependimento, embaraço, vergonha, culpa... Como descrever a sensação causada por palavras que, insensatamente, escapam de nossa boca? Como consertar ou remediar o estrago que elas ocasionam em uma amizade, em uma relação de anos e anos? Eu não sei, me pergunto até agora. Principalmente porque o ato insensato foi cometido diante de um amigo que sempre me admirou pela maturidade e bom senso e, de repente, mostrei minha face louca e impulsiva.
Temo as consequências, pois não há algo que prese mais em minha vida hoje que uma boa amizade. Por uma amizade já abdiquei de embarcar em paixões, que certamente terminariam a amizade ou a tornariam estranha. Tenho horror à estranheza de ex-amantes, de pessoas que se conhecem demais e de repente não ficam mais à vontade um com o outro porque não sabem se aquele momento é de amizade ou se pode (ou vai) terminar em um beijo, ou o eterno medo de que um abraço, antes tão normal, possa gerar o mal entendido de que ainda queremos algo mais ou... Ai que confusão, é isso que dá misturar sexo e amizade. Então, por causa disso muitas vezes me contive em meus sentimentos sem dizer exatamente o que queria, o que pensava e o que sentia. Resultado: as amizades ficaram, mas...
É, é verdade, às vezes a amizade torna-se tão próxima que eu fico sem saber onde termina o amigo e começa o amante. Já tive amigos ótimos amantes, porém esse tipo de relação tem um limite tão tênue e tão sensível que parece que o que era tão fácil enquanto não havia sexo envolvido torna-se um peso e aí os amigos inseparáveis ficam sem assunto, desconfortáveis frente um ao outro ou fingindo que nada aconteceu, como uma naturalidade que teme o assunto jamais mencionado, naturalidade tão frágil que parece que vai se desmanchar no ar com uma simples palavra.
Normalmente, começa divertido como uma brincadeira de fim de noite, provavelmente depois de uma bebedeira, mas aí vem o dia seguinte e a necessidade de lidar com as consequências...
Talvez seja só eu que complique demais as coisas, mas é que detesto mal entendidos e tenho muita vontade de sempre falar sobre o ocorrido, quero logo resolver a situação, sempre lutando e fazendo de tudo para não perder o amigo e fazer tudo ficar como era antes, antes do beijo, antes do sexo, antes de o desejo ter se manifestado tão descontroladamente. Mas, me pergunto, até onde isso é possível? Até onde isso não é negar a realidade de algo que mudou para sempre e talvez nem sempre para pior?
Tenho medo, medo do dia seguinte, medo das palavras que escapam e que causam um desconforto descomunal entre amigos, tenho medo de perder a amizade, tenho medo de romper a imagem que a pessoa tem de mim, de perder a admiração, de parecer louca e inconsequente e talvez por causa de todos esses medos, nem pare, nem pense no que significou para mim beijar esse amigo. É que aí vem o outro medo e talvez o maior de todos: o de ter significado mais para mim do que para ele e o horror de ser rejeitada e ficar sem o amigo e sem o amante, medo de ser ridícula e estupidamente carente de me envolver perdidamente com uma pessoa que, claro, me ama e me respeita e me quer, mas apenas como amiga.
Ai o medo do ridículo me paralisa e me causa horror, mas tenho que aprender a ser fiel a mim mesma e a encarar meus sentimentos de frente, mesmo que seja para ser ridícula...

Depois de uma longa ausência:
Mavie.

sábado, setembro 09, 2006

Tempos modernos

Eu acho engraçada a forma como as pessoas exercitam suas percepções. Aproveitei o sábado pra assistir com meu avô o jornal que passa à noite na Bandeirantes, aquele apresentado por Ricardo Boechat (não lembro se é assim que se escreve). Estávamos na sala, somente nós dois e cada um no seu sofá, eu deitado descansando do meu dia e ele sentado servindo-se de leite líquido gelado, ambos bem atentos aos noticiários. Até aí tudo bem, quando então entra o horário comercial.

Surge no televisor e no meu coração aquela loira gostosíssima que faz a publicidade do UOL. Que mulher maravilhosa, desenrolada, resolvida, jeitosa... Eu cantaria “Coração Vagabundo” de joelhos e com uma rosa na mão apenas por alguns minutos daquela atenção dourada toda pra mim. E depois disso?! Ah... Eu nunca mais seria o mesmo Adagga... Seria um sem-rumo qualquer, distraído, ainda em êxtase pelo olhar em mim marcado por aquela... Aquela... Ai... Aquela linda mulher... Sei que nada é impossível, mas até lá eu vou escrevendo e ralando com as próprias mãos, se é que vocês me entendem.

Mas não é bem sobre isso que quero falar.

Mais do que ela, chamou minha atenção a cara que meu avô fazia durante aquela longa propaganda. Quem já viu sabe que ali são oferecidas várias ofertas e pacotes disponibilizados pelo UOL. São vídeos, jornais, shopping, músicas, jogos, etc., etc., etc... E tudo, óbvio, voltado para a Internet.

Meu velho era de um olhar que não pude definir. As sobrancelhas estavam suspensas, o leite ele já não bebia mais e todo o resto estava ali, parado, como se a sua atenção estivesse sendo sugada pelas inúmeras vantagens de assinar por R$14,90 o serviço de banda larga do Universo OnLine. Para os que estão com dificuldade para imaginar a cena, é como botar uma criança para ver uma bela propaganda em outro idioma.

Hesitei em perguntar se ele estava entendendo tudo o que era oferecido naquele momento, pois não subestimo as pessoas, mas lembrei das propagandas do seu tempo, em que frases curtas e criativas faziam a marca e o produto entrar nas casas dos consumidores, como a do Sabão Martins, cujo slogan é “Uma mão lava a outra e Sabão Martins lava as duas”, e da Cica, que dizia “Se a marca é Cica bons produtos indica”. Até hoje ele fala com gosto dessas propagandas.
Acabei não resistindo e lancei uma pergunta:

- E aí, vô, vai assinar UOL?

Ele respondeu:

- Eu?! Pra quê?! Nem sei o que é isso!





São os tempos modernos, meu avô – pensei comigo. E voltamos ao jornal.




Adagga

Só por um tempo

Oi galera do confessionário,
Vou ficar ausente por um tempo, não me perguntem até quando. Eu também não sei.
Achei por bem avisá-los, afinal devo alguma explicação aos meus queridos amigos.
Deixo um beijo a todos...e um especial pro Addaga.

Ana

Louca...

Gente,

desculpa, tô tão louca com essa história que esqueci de assinar..
Hahhahahahhahaahha
Insandecida!!!

Sou eu a Guilhermina Guinle!!!
Saudades de todos.

Hhahahhahahahhahahhaha
Tô louca mesmo...

Cheia de dúvidas

Oi gente!!!

Tava com saudades daqui, só que tinha milhões de coisas pra fazer não tava dando tempo de entrar!!!
Ai.. tô achando o clima um pouco tenso aqui... vamos relaxar gente!!!
Tô passando pra falar de ontem. Caraca, rolou algo incrível comigo!!
Ontem, pirei horrores!! Fiquei com um super gatinho tudo-de-bom, só que fiquei naquela dúvida se transava ou não com ele... (Ele queria muito!!!)
Resisti bravamente e fiquei só no amasso, mas hoje, tô meio arrependidinha...
Tô cheia de dúvidas, meio com medo dele só querer isso e tirar pra fora, sabe?!
Ai... o que faço???
Só vocês pra me ajudar!!!!
É feio se doar logo de primeira???? O que vocês acham???
Copiando Morgana (uma das que eu mais gosto daqui)
MUITA LUZ!!!
Beijos sabor morango!!
Eu escutei em algum lugar:

"Quando a solidão é a única companhia, o desejo se confunde com o amor".

Bel Ami

sexta-feira, setembro 08, 2006

Simplicidade

Além do que se vê
Composição: Marcelo Camelo

Moça, olha só o que eu te escrevi
É preciso força pra sonhar e perceber
que a estrada vai além do que se vê
Sei que a tua solidão me dói
e que é difícil ser feliz
mas do que somos todos nós
você supõe o céu
Sei que o vento que entortou a flor
passou também por nosso lar
e foi você quem desviou
com golpes de pincel

Eu sei, é o amor que ninguém mais vê
Deixa eu ver a moça
Toma o teu, voa mais
que o bloco da família vai atrás

Põe mais um na mesa de jantar
por que hoje eu vou pra aí te ver
e tira o som dessa TV
pra gente conversar

Diz pro bamba usar o violão
pede pro Tico me esperar
e avisa que eu só vou chegar
no último vagão

É bom te ver sorrir
Deixa vir à moça
que eu também vou atrás
e a banda diz: assim é que se faz!


As coisas simples da vida podem ser profundas e guarda em si grande beleza.
Amo essa música

Marquês

quarta-feira, setembro 06, 2006

Pra Rua Me Levar

Ana Carolina

Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho aonde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão

Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você


É... mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir

Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você...


Ana

segunda-feira, setembro 04, 2006

Ê Brasil!!!

Segunda-feira, 04 de setembro de 2006. Oito da matina. Entro em um elevador lotado, umas doze pessoas onde deveriam caber apenas dez. Sou o último a entrar, olho ao meu redor e vejo uma diversidade de raças, etnias e níveis sociais. Três pessoas me chamam a atenção, três branquelos, altos (>1,80m), caras de gringo mesmo. Ao entrar viro em direção dos presentes e dou bom dia. Apenas um dos branquelos responde o meu cumprimento, os demais se mostram indiferentes a minha educação. Um segundo depois, um dos outros dois braquelos questiona: "what hapenned?". O meu inglês razoável me permite entender. O que me respondera o bom dia devolve "People don´t answer here".

É foda... amanhã vou retorna e provavelmente o branquelo não vai estar lá pra me responder, vou ficar no vácuo. Ê Brazil!!!

BoB

Mil desculpas a todos.
"Fortalecer, porém sem perder a ternura".

Bom dia a todos vocês (sinceramente)!!!!

Fiquei pensando... como a alma humana se mostra tantas vezes cruel, dissimulada e hipócrita! Nossa! São tantos maus adjetivos que chego a ficar envergonhada por fazer parte do que chamamos humanidade (que não tem tido muito de humano). Não pensem vocês que sou uma pessimista , totalmente descrente no ser humano. Ainda acredito ser possível vencer barreiras, mudar comportamentos, mudar nossa postura diante da vida. Acredito sim e espero que isso realmente aconteça um dia. Mas não é por isso que vou fechar os olhos para a realidade.
Ainda sonho com uma convivência pacífica entre as pessoas, com um "como vai" realmente interessado em como a outra pessoa está e não simplesmente dito como mais uma frase vazia que usamos pra cumprir as "regras sociais da boa educação", sonho com o dia em que diremos "bom dia" com o desejo sincero de que alguém tenha bons momentos...sonho com tanta coisa...não quero acordar. E quero um dia poder viver isso.
Julianna