Essa caracterização deve ter algum significado, o qual desconheço. Penso que possa ser a não vivência convicta do arrependimento profundo da decisão tomada ou a não entrega plena à vida que segue. Afinal, nada parece concreto, construído, pronto.
Neste ponto eu fiquei.
Relembrar o ponto em que fiquei, pois decidi que não eu iria e não fui, causa grande dor. Com isso, a vida paralela não vivida é apresentada como um filme, um filme com começo e meio. O fim é sempre o fracasso.
Sei que fracassaria, mas não ter vivenciado isso me deixa na dúvida. E a dúvida causa remorso.
Escolhas não têm volta e sempre existirão bifurcações.
Nada de autocomiserações, nada de destino, zeca pagodinha (deixa a vida me levar). Nada disso. Somos Responsáveis pelo o que escolhemos. Jargãozinho antipático que finalmente tenho compreendido.
Mas sabe de uma coisa? Existe uma vozinha lá dentro de mim que diz: tudo tem um sentido. Ela é suave e com alguma esperança. Ela me acalma, me faz levantar da cama e lutar por mais um dia no caminho escolhido.
Ana