terça-feira, julho 29, 2008

Querido confessionário,

desculpe o atraso, mas nas correria do dia-a-dia esqueci o seu aniversário.

Desejo muitos e muitos anos de postagens!

Beijos
P.S.: dia 26/07/2006 iniciou-se o confessionário das letras.


Ana

quinta-feira, julho 17, 2008

Trecho de Neruda para todos

Tuas mãos.

A minha vida toda


eu andei procurando-as.


Subi muitas escadas,

cruzei os recifes,

os trens me transportaram,

as águas me trouxeram,

e na pele das uvas achei que te tocava.

De repente a madeira me trouxe o teu contacto,

a amêndoa me anunciava suavidades secretas,

até que as tuas mãos envolveram meu peito

e ali como duas asas repousaram da viagem.

domingo, julho 06, 2008

Na ultima sexta-feira fui agraciada com algumas palavras de um amigo. Ele conseguiu me surpreender com uma declaração muito simples de amor, a qual eu quase não consegui compreender.

Acho que minha incompreensão veio da necessidade de ser recriminada e rejeitada pelos erros que acabava de confessar. Mas maravilhosamente, ele me olhou nos olhos e disse: quer saber de uma coisa? É dessa Ana que eu gosto, dessa Ana desse jeito. É isso que me encanta. Tu precisa te aceitar Ana.

Hoje, quando eu voltava pra casa, pensei no amor de Deus. Pensei que existem coisas que Ele não muda e não se mete. Lembrei do espinho na carne de Paulo. Não tenho idéia do que poderia ser esse espinho, mas já me passou pela cabeça ser algo de cunho emocional.

Paulo, após alguns pedidos de mudança, ouve de Deus: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.” (2 coríntios 12:9).

Lembremos da graça.

Ana

Aos sedentos da mesma, recomendo: Maravilhosa Graça de Phillip Yancey.

terça-feira, julho 01, 2008

O gosto das coisas

A minha relação com a comida sempre teve uma estreita ligação com o amor. Quando estou amando ou, pelo menos, me sentindo desejada, querida, amada, sinto um prazer enorme em comer, os alimentos ganham sabores e cheiros e o ato de comer torna-se um ritual imensamente prazeroso, quero cozinhar e inventar e misturar temperos, porque me alimentar, sentir o gosto das coisas é um prazer imenso e faz parte da minha felicidade de amar e ser amada.

Se não amo ou sofro uma desilusão absurda acontece justamente o contrário: a comida torna-se intragável e sou capaz de passar um dia inteiro sem comer ou me alimentando como se cumpre uma obrigação, que não tem prazer, nem gosto, é só um dever. Então, como qualquer coisa e, geralmente, nessas fases, como sempre a mesma coisa, algo que sei que vai me alimentar, sem me dar muito trablho tampouco qualquer prazer.

Não sei quando isso começou, talvez seja algo do inconsciente do meu eu ainda bebê, quando se alimentar era também uma relação de amor com a mãe, no ato da amamentação. O fato é que talvez eu nunca tenha conseguido superar essa fase e até hoje se amo o outro, se me amo, se sou amada, me delicio com a comida, do contrário cumpro a obrigação que me mantém viva.

Lembro de uma vez que cheguei a perder muitos quilos, por falta de amor, é como se a inanição fosse apenas um elemento dessa ausência ainda maior.

Loreley.