domingo, janeiro 20, 2008

Considerações etílicas

Dizem que o álcool vicia, destrói a vida da pessoa e outras coisas mais, mas eu discordo. Quem converte o álcool em vício não é a bebida em si, mas o contexto que cerca o ato de beber. É o sofrimento pelo desemprego, a solidão pela falta de afeto, o diálogo escasso entre casais e famílias, o erro cometido... Tudo isso conduz o sujeito a embriagar-se excessivamente e várias vezes, até que chega um momento em que o mesmo passa a ver o álcool como um insone vê um comprimido de lexotan, ou seja, um agente tranqüilizante. De vício eu entendo (ou acho que entendo). Já fui viciado em masturbação. Paguei R$150,00 para uma psicóloga me explicar como funcionava a lógica do negócio. No fim das contas, tudo girava em torno da ansiedade, o que me fazia descontar tudo no bilau, assim como um alcoólatra desconta na cachaça. Eu era muito ansioso por causa da minha insegurança em perder alguém que eu gostava muito, e acabei perdendo. Além disso, minhas atividades profissionais eram muito prejudicadas, pois o quadro afetava também a minha memória. Hoje eu posso dizer que estou aprendendo a controlar minha ansiedade e até já obtive bons avanços.


Portanto, bebam à vontade, mas não sem antes resolver os problemas de casa.