quinta-feira, maio 28, 2009

Por que eu tenho que ser "ótima"?

Não sei até quando vou sentir essa dor... A sensação que tenho é de que nasci com ela.... Não entendo por que ela existe... Não entendo por que não se finda... Não sei de onde veio... E na maioria das vezes, eu nem sei por que sinto tanta dor! Acabei de descer do ônibus, estou aqui nessa biblioteca lotada e não consigo conter as lágrimas. Há dias estou cheia delas, há meses, há anos eu acho... Essa dor é tão velha e todos os dias eu acordo com esperança de que ela pode morrer! Olê olê olê olá!

Não sou uma pessoa amarga. Tento ser doce e acho que sou doce. Eu gosto disso, dessa sensação de docilidade. Gosto de ser frágil, de ser acolhida e de ser preferida. Tenho uma necessidade patológica de que as pessoas gostem de mim. Não posso desagradar. Desagradar me tira o sono. E me tira o sono também essa obrigação que imponho a mim mesma, obrigação que provavelmente foi imposta pela minha mãe, que pelo que eu vejo hoje, tem a mesma doença.

Sempre fui da banda boa de todos os grupos a que pertenci, da ala flexível, nunca pertenci aos radicais, nunca fui de guerrilha, sempre fiz parte dos núcleos pacifistas ou neutros. Não coisa mais medíocre do que ser neutra! Na verdade, "essa paz não é paz, é medo"!! Isso eu digo de maneira racional, mas no fundo eu prefiro ser neutra a ser odiada.

Nessa tentativa perene e muito cansativa, acabo metendo os pés pelas mãos e perdendo mais noites de sono. Quase sempre não termino o dia com minha meta de ser “ótima” para todos cumprida. O que não gera nenhum espanto em pessoas normais! Quem consegue ser “ótima” o tempo inteiro??

Glória Vox

sexta-feira, maio 22, 2009

Até quando?

A certeza é intensa, já a dúvida apesar de tênue, é lenta. Manifesta-se em doses “conta-gotas”. A cada minuto, uma gotinha de dor misturada com alegria. Alegria de acreditar que pode não ser o que se pensa que é.

A dúvida, num primeiro instante, ainda é o mais cômodo pra mim. Depois vai danado uma inquietação, uma sede de certeza. Alguns chamam de ansiedade. Eu chamo de liberdade... ver-se livre da dúvida. Dúvida que consome confiança. Confiança dilacerada.

A última certeza que tive me causou uma dor terrível, queria grita... “Tirem o meu coração!” Clamei: “Senhor, mais uma dessas e eu desisto!”. Desisto de tentar... Desisto de acreditar. E perder as esperanças é querer morrer. Morrer é estar sempre desconfiada que existe vida de verdade. Morrer é duvidar, perder a fé.

A minha dúvida durou três dias. No segundo dia, eu já me obrigava a sofrer por uma possível certeza. Quando a certeza se fez, já havia me acostumado com ela.

Entre dúvida e certeza, uma conclusão: minha resistência a dúvidas está baixíssima. Porém, a dor da certeza tem sido cada vez mais voraz. O medo é de morrer de certeza.

No entanto, como tenho aprendido a “enfrentar pelo menos uma coisa que me mete medo de verdade” todos os dias, ainda tenho força para saber as certezas.

Ana