segunda-feira, setembro 25, 2006

Sabe aqueles dias em que a gente só quer chegar em casa e encostar a cabeça em um ombro acolhedor e ficar lá quietinha, sem falar nada, só esperando o tempo passar? Dias em que o cansaço físico é tão grande, que a única vontade que se tem é desse silêncio recheado de compreensão e ligação entre as duas pessoas que dele participam, onde nada precisa ser explicado, mas tudo é imediatamente entendido. Quando o esgotamento chega até o espírito e dá vontade de chorar, quando dá tudo errado e precisamos de alguém que seja nosso repositório de energias e nos encha e preencha de forças novamente, para no dia seguinte continuarmos de novo.
Hoje foi um dia desses para mim e pela primeira vez em muito tempo eu senti realmente falta de alguém ao meu lado, não um amigo apenas, mas alguém que estivesse ligado a mim de forma diferente e que esperasse me ouvir ao fim do dia (ou se o dia for muito difícil no decorrer dele), que precisasse igualmente de mim. Alguém para quem falar comigo seria parte essencial de seu dia e eu poderia encostar minha cabeça e permancer calada ou chorar baixinho se desse vontade, sem que fosse necessário explicar a razão, só de cansaço talvez...
Sei que os mais religiosos argumentarão que essa força pode ser dada por Deus e eu sei disso e concordo plenamente, mas Ele também fez o homem e a mulher (ou duas mulheres ou dois homens, dependendo do gosto da pessoa) para andarem juntos e para se compreenderem e amarem e se ajudarem mutuamente nessa caminhada, que por vezes parece tão difícil e sei, sinto que Ele não me recrimina por essa falta imensa que sinto hoje, pois Ele me fez assim incompleta, para não ser sozinha, para buscar no outro a minha completude, saindo de mim mesma e do meu comodismo e do meu egoísmo. E Ele, como me conhece bem, sabe como isso é difícil para mim, como é difícil dar esse passo em direção ao outro, esse outro que eu nem sei quem é, mas que já sinto falta, como uma saudade do não vivido e uma vontade de que ele chegasse antes do dia em que efetivamente chegará, por isso sei que Ele (Deus) me entende e sabe o que eu estou sentindo agora.
Hoje não me sinto auto-suficiente (é, às vezes me iludo assim), sinto hoje brutal e escancaradamente a falta de alguém, o que passei quase dois anos sem sentir e, apesar de doer, apesar de não saber quem é ou será esse alguém, estou feliz, por simplesmente sentir isso de novo, a falta essencial para qualquer busca e anseio do homem, para mim é um grande passo e um grande dia...

Muita luz. Morgana.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Quer porrada? Vai ter...

Eu escutei por aí, "vamos dá porrada naquela bichinha". Não sei de quem se trata, e tampouco conheço o autor da frase, mas é isso que acontece, as bixas, os viados e os gays, apanham frequentemente, e nem falo aqui somento dos pontapés e murros que machucam seu corpo, falo também das agressões verbais: "são gays, merecem a aids".

Sou gay e vivo constantemente com esse preconceito indireto; fico calado. Eu sou um covarde. Idealizo um mundo igual, parado, confiando na lei e pensando em justiça. O gay que apanha, terá sua recompensa e os bárbaros serão presos. Não me lembro de nenhum caso assim, e nem sei porque confiar na justiça. Essa lei que proíbe o casamento entre dois homens; o direito que veta a adoção de casais homossexuais; uma ética que desemprega um homem pela sua sexualidade "anormal"; até o sexo é proibido, qualquer intimidade em público pode acabar atrás das grades.

E lembro também dos xingamentos constantes, que não são direcionados a mim, mas são direcionados a minha classe: o grupo Rosa. Sim. O grupo Rosa. E minha maior vontade é apoiar completamente esse grupo, e impor respeito. Assim, como um negro impõe. Eu quero ver quem aqui tem coragem de chamar um negro de "preto"; quem tem coragem de chamar um israelita de judeu... Ninguém. Eles sabem impor respeito. Podem até falar mal, mas vai ter uma resposta.

E é essa resposta que eu quero dá; vou conseguí-la ao sair da penumbra pra poder agir e defender o meu grupo Rosa. Podem me chamar de viado, bicha, pederastra e o que for; podem até me bater, "viado tem que apanhar mesmo". Mas esperem a minha resposta, e ela virá da mesma forma, pois cabe a mim o papel da Lei. Comigo vocês não podem, e fiquem calados. É bom começarem a me respeitar, e quando olharem qualquer um do grupo Rosa, não falem nada se não quiserem levar porrada. E é isso que falta o gay aprender, deixar de ser covarde e falar aos ignorantes o que eles precisam ouvir: "É bom não se meter comigo!".

Bel Ami

quinta-feira, setembro 21, 2006

Desencontros

Olá, companheiros!

Vou me aproveitar do tema e dizer que o sexo entre amigos é bem temperado pela curiosidade, o que o torna mais excitante. Já o fiz e gostei, sem que com isso tenhamos passado por qualquer sorte de arrependimento no dia seguinte. Acho que só não vale repetir, pelo menos não com freqüência, a custo de que a amizade vire sacanagem. Deixo aos calorosos amigos de Confessionário algumas reflexões. Um beijo e um abraço a todos.



DESENCONTROS

Talvez nos faltasse alguma compreensão
Sobre coisas normais
Como o ciúme
A saudade
E aquilo que não tínhamos
Ou que tínhamos demais.

Talvez nos faltasse um beijo
Quando no momento do encontro
E um abraço apertado
Acrescido do sorriso
E as desculpas pelo atraso.
Além de tudo que nos traz um punhado de encanto.

Precisávamos conversar mais vezes
Saber de nossas vidas
Sorrir algumas bobagens
Tratar umas feridas
Não descuidar do amor, nunca
Nem transparecer nosso olhar de despedida.

Faltou-nos, enfim, tanto
Que já não era motivo
Para alardes e espantos
Os conflitos já banais
As discórdias
E os nossos desencontros.


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Guardo de ti a parte boa que nos restou.


Valério Beltta

quarta-feira, setembro 20, 2006

Então tá combinado é quase nada...

...é o tudo somente sexo e amizade...
Amigos são são vitais, assim como sexo. Ambos nos proporcionam momentos indescritivelmente maravilhosos, prazer, satisfação, contentamento. A ambos também podemos atribuir qualidades semelhantes, uns mais intensos outros mais serenos, alguns inesquecíveis e outros que podem se perder no tempo, deixando algo de bom ou nada. Mas se eles podem ter tanto em comum, por que a combinação dos dois pode ser bombástica?
No início eu acreditava que era tudo muito fácil, assim como na música: "Então tá combinado. É quase nada: é tudo somente sexo e amizade". Que bom seria se sempre fosse assim. Se não houvesse o risco de um se envolver e querer algo mais profundo, enquanto o outro só cedeu a uma tentação pós bebedeira. Que bom seria se pudessem se encarar normalmente no dia seguinte, sem aquela tensão sexual ou simplesmente de uma culpa moral e um medo de ser rejeitado e o pior de todos, de perder o amante e o amigo.
Eu continuo crendo que é possível ter-se sexo e amizade em uma só pessoa, mas admito que é um tanto raro. E que sempre vão haver algumas complicações de praxe como nossa saudosa Mavie sabiamente mencionou.
Vou confessar a vocês uma experiência que tive há uns anos com um amigo muito próximo. Como vocês já devem imaginar, tudo aconteceu depois de uma noite regada a boa música, muitos martinis e conversas íntimas, que chegaram a ser picantes. Enfim, depois de tudo, acabamos conversando na cama, ambos sozinhos e sedentos um do outro. Talvez o desejo não tenha surgido naquele dia, mas era tudo tão velado, que precisava de um certo "estímulo externo" que naquela ocasião parecia perfeito.
Nas primeiras semanas foi meio difícil vê-lo, conviver com ele, o desejo era enorme e devo confessar que até hoje ele mexe um pouco comigo, mas nada passa de atração. No dia seguinte àquela noite, a única coisa que perguntei a ele foi: "Te arrependeste?" e ele seguramente me disse: "Claro que não". Aquela resposta me deixou aliviada e esperançosa de que aquela seria apenas a primeira noite de muitas. Lêdo engano. O arrependimento por parte dele veio e eu o compreendi, e respeitei embora nunca tenha sentido o mesmo. Chegamos a transar outras vezes, todas muito boas, uma melhor que a outra. Hoje em dia, passado o furor do tesão, continuamos grandes amigos, nos respeitamos, nos divertimos juntos sem malícia e nenhuma tensão sexual. Chegamos a conversar a respeito, colocamos todos os pingos nos "is", sem neuroses. Agora,nos vemos menos, mas isso não tem nada a ver com nosso antigo envolvimento, tomamos caminhos diferentes.
Admito que só de lembrar, sinto algo dentro de mim, um desejo bom e controlável.
A sensação que tenho é de que ficou algo suspenso, que não foi rompido mas encontra-se naturalmente disperso... Até o dia em que os astros conspirarem novamente em nosso favor...
Cris Moreto

terça-feira, setembro 19, 2006

UM POUCO DE MÚSICA

Wave
Tom Jobim
Composição: Tom Jobim
Vou te contar meus olhos já não podem ver
Coisas que só teu coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor é impossível ser feliz sozinho

O resto é mar, é tudo que não sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho à brisa e me diz é impossível ser feliz sozinho

Da primeira vez era a cidade
Da segunda o cais e a eternidade,
Agora eu já sei,
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver

Agora eu já sei


Julianna

Arrependimento (rompendo o silêncio)

Arrependimento, embaraço, vergonha, culpa... Como descrever a sensação causada por palavras que, insensatamente, escapam de nossa boca? Como consertar ou remediar o estrago que elas ocasionam em uma amizade, em uma relação de anos e anos? Eu não sei, me pergunto até agora. Principalmente porque o ato insensato foi cometido diante de um amigo que sempre me admirou pela maturidade e bom senso e, de repente, mostrei minha face louca e impulsiva.
Temo as consequências, pois não há algo que prese mais em minha vida hoje que uma boa amizade. Por uma amizade já abdiquei de embarcar em paixões, que certamente terminariam a amizade ou a tornariam estranha. Tenho horror à estranheza de ex-amantes, de pessoas que se conhecem demais e de repente não ficam mais à vontade um com o outro porque não sabem se aquele momento é de amizade ou se pode (ou vai) terminar em um beijo, ou o eterno medo de que um abraço, antes tão normal, possa gerar o mal entendido de que ainda queremos algo mais ou... Ai que confusão, é isso que dá misturar sexo e amizade. Então, por causa disso muitas vezes me contive em meus sentimentos sem dizer exatamente o que queria, o que pensava e o que sentia. Resultado: as amizades ficaram, mas...
É, é verdade, às vezes a amizade torna-se tão próxima que eu fico sem saber onde termina o amigo e começa o amante. Já tive amigos ótimos amantes, porém esse tipo de relação tem um limite tão tênue e tão sensível que parece que o que era tão fácil enquanto não havia sexo envolvido torna-se um peso e aí os amigos inseparáveis ficam sem assunto, desconfortáveis frente um ao outro ou fingindo que nada aconteceu, como uma naturalidade que teme o assunto jamais mencionado, naturalidade tão frágil que parece que vai se desmanchar no ar com uma simples palavra.
Normalmente, começa divertido como uma brincadeira de fim de noite, provavelmente depois de uma bebedeira, mas aí vem o dia seguinte e a necessidade de lidar com as consequências...
Talvez seja só eu que complique demais as coisas, mas é que detesto mal entendidos e tenho muita vontade de sempre falar sobre o ocorrido, quero logo resolver a situação, sempre lutando e fazendo de tudo para não perder o amigo e fazer tudo ficar como era antes, antes do beijo, antes do sexo, antes de o desejo ter se manifestado tão descontroladamente. Mas, me pergunto, até onde isso é possível? Até onde isso não é negar a realidade de algo que mudou para sempre e talvez nem sempre para pior?
Tenho medo, medo do dia seguinte, medo das palavras que escapam e que causam um desconforto descomunal entre amigos, tenho medo de perder a amizade, tenho medo de romper a imagem que a pessoa tem de mim, de perder a admiração, de parecer louca e inconsequente e talvez por causa de todos esses medos, nem pare, nem pense no que significou para mim beijar esse amigo. É que aí vem o outro medo e talvez o maior de todos: o de ter significado mais para mim do que para ele e o horror de ser rejeitada e ficar sem o amigo e sem o amante, medo de ser ridícula e estupidamente carente de me envolver perdidamente com uma pessoa que, claro, me ama e me respeita e me quer, mas apenas como amiga.
Ai o medo do ridículo me paralisa e me causa horror, mas tenho que aprender a ser fiel a mim mesma e a encarar meus sentimentos de frente, mesmo que seja para ser ridícula...

Depois de uma longa ausência:
Mavie.

sábado, setembro 09, 2006

Tempos modernos

Eu acho engraçada a forma como as pessoas exercitam suas percepções. Aproveitei o sábado pra assistir com meu avô o jornal que passa à noite na Bandeirantes, aquele apresentado por Ricardo Boechat (não lembro se é assim que se escreve). Estávamos na sala, somente nós dois e cada um no seu sofá, eu deitado descansando do meu dia e ele sentado servindo-se de leite líquido gelado, ambos bem atentos aos noticiários. Até aí tudo bem, quando então entra o horário comercial.

Surge no televisor e no meu coração aquela loira gostosíssima que faz a publicidade do UOL. Que mulher maravilhosa, desenrolada, resolvida, jeitosa... Eu cantaria “Coração Vagabundo” de joelhos e com uma rosa na mão apenas por alguns minutos daquela atenção dourada toda pra mim. E depois disso?! Ah... Eu nunca mais seria o mesmo Adagga... Seria um sem-rumo qualquer, distraído, ainda em êxtase pelo olhar em mim marcado por aquela... Aquela... Ai... Aquela linda mulher... Sei que nada é impossível, mas até lá eu vou escrevendo e ralando com as próprias mãos, se é que vocês me entendem.

Mas não é bem sobre isso que quero falar.

Mais do que ela, chamou minha atenção a cara que meu avô fazia durante aquela longa propaganda. Quem já viu sabe que ali são oferecidas várias ofertas e pacotes disponibilizados pelo UOL. São vídeos, jornais, shopping, músicas, jogos, etc., etc., etc... E tudo, óbvio, voltado para a Internet.

Meu velho era de um olhar que não pude definir. As sobrancelhas estavam suspensas, o leite ele já não bebia mais e todo o resto estava ali, parado, como se a sua atenção estivesse sendo sugada pelas inúmeras vantagens de assinar por R$14,90 o serviço de banda larga do Universo OnLine. Para os que estão com dificuldade para imaginar a cena, é como botar uma criança para ver uma bela propaganda em outro idioma.

Hesitei em perguntar se ele estava entendendo tudo o que era oferecido naquele momento, pois não subestimo as pessoas, mas lembrei das propagandas do seu tempo, em que frases curtas e criativas faziam a marca e o produto entrar nas casas dos consumidores, como a do Sabão Martins, cujo slogan é “Uma mão lava a outra e Sabão Martins lava as duas”, e da Cica, que dizia “Se a marca é Cica bons produtos indica”. Até hoje ele fala com gosto dessas propagandas.
Acabei não resistindo e lancei uma pergunta:

- E aí, vô, vai assinar UOL?

Ele respondeu:

- Eu?! Pra quê?! Nem sei o que é isso!





São os tempos modernos, meu avô – pensei comigo. E voltamos ao jornal.




Adagga

Só por um tempo

Oi galera do confessionário,
Vou ficar ausente por um tempo, não me perguntem até quando. Eu também não sei.
Achei por bem avisá-los, afinal devo alguma explicação aos meus queridos amigos.
Deixo um beijo a todos...e um especial pro Addaga.

Ana

Louca...

Gente,

desculpa, tô tão louca com essa história que esqueci de assinar..
Hahhahahahhahaahha
Insandecida!!!

Sou eu a Guilhermina Guinle!!!
Saudades de todos.

Hhahahhahahahhahahhaha
Tô louca mesmo...

Cheia de dúvidas

Oi gente!!!

Tava com saudades daqui, só que tinha milhões de coisas pra fazer não tava dando tempo de entrar!!!
Ai.. tô achando o clima um pouco tenso aqui... vamos relaxar gente!!!
Tô passando pra falar de ontem. Caraca, rolou algo incrível comigo!!
Ontem, pirei horrores!! Fiquei com um super gatinho tudo-de-bom, só que fiquei naquela dúvida se transava ou não com ele... (Ele queria muito!!!)
Resisti bravamente e fiquei só no amasso, mas hoje, tô meio arrependidinha...
Tô cheia de dúvidas, meio com medo dele só querer isso e tirar pra fora, sabe?!
Ai... o que faço???
Só vocês pra me ajudar!!!!
É feio se doar logo de primeira???? O que vocês acham???
Copiando Morgana (uma das que eu mais gosto daqui)
MUITA LUZ!!!
Beijos sabor morango!!
Eu escutei em algum lugar:

"Quando a solidão é a única companhia, o desejo se confunde com o amor".

Bel Ami

sexta-feira, setembro 08, 2006

Simplicidade

Além do que se vê
Composição: Marcelo Camelo

Moça, olha só o que eu te escrevi
É preciso força pra sonhar e perceber
que a estrada vai além do que se vê
Sei que a tua solidão me dói
e que é difícil ser feliz
mas do que somos todos nós
você supõe o céu
Sei que o vento que entortou a flor
passou também por nosso lar
e foi você quem desviou
com golpes de pincel

Eu sei, é o amor que ninguém mais vê
Deixa eu ver a moça
Toma o teu, voa mais
que o bloco da família vai atrás

Põe mais um na mesa de jantar
por que hoje eu vou pra aí te ver
e tira o som dessa TV
pra gente conversar

Diz pro bamba usar o violão
pede pro Tico me esperar
e avisa que eu só vou chegar
no último vagão

É bom te ver sorrir
Deixa vir à moça
que eu também vou atrás
e a banda diz: assim é que se faz!


As coisas simples da vida podem ser profundas e guarda em si grande beleza.
Amo essa música

Marquês

quarta-feira, setembro 06, 2006

Pra Rua Me Levar

Ana Carolina

Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho aonde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão

Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você


É... mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir

Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você...


Ana

segunda-feira, setembro 04, 2006

Ê Brasil!!!

Segunda-feira, 04 de setembro de 2006. Oito da matina. Entro em um elevador lotado, umas doze pessoas onde deveriam caber apenas dez. Sou o último a entrar, olho ao meu redor e vejo uma diversidade de raças, etnias e níveis sociais. Três pessoas me chamam a atenção, três branquelos, altos (>1,80m), caras de gringo mesmo. Ao entrar viro em direção dos presentes e dou bom dia. Apenas um dos branquelos responde o meu cumprimento, os demais se mostram indiferentes a minha educação. Um segundo depois, um dos outros dois braquelos questiona: "what hapenned?". O meu inglês razoável me permite entender. O que me respondera o bom dia devolve "People don´t answer here".

É foda... amanhã vou retorna e provavelmente o branquelo não vai estar lá pra me responder, vou ficar no vácuo. Ê Brazil!!!

BoB

Mil desculpas a todos.
"Fortalecer, porém sem perder a ternura".

Bom dia a todos vocês (sinceramente)!!!!

Fiquei pensando... como a alma humana se mostra tantas vezes cruel, dissimulada e hipócrita! Nossa! São tantos maus adjetivos que chego a ficar envergonhada por fazer parte do que chamamos humanidade (que não tem tido muito de humano). Não pensem vocês que sou uma pessimista , totalmente descrente no ser humano. Ainda acredito ser possível vencer barreiras, mudar comportamentos, mudar nossa postura diante da vida. Acredito sim e espero que isso realmente aconteça um dia. Mas não é por isso que vou fechar os olhos para a realidade.
Ainda sonho com uma convivência pacífica entre as pessoas, com um "como vai" realmente interessado em como a outra pessoa está e não simplesmente dito como mais uma frase vazia que usamos pra cumprir as "regras sociais da boa educação", sonho com o dia em que diremos "bom dia" com o desejo sincero de que alguém tenha bons momentos...sonho com tanta coisa...não quero acordar. E quero um dia poder viver isso.
Julianna

Acorda, Adagga...

Olha só... Pregamos a cordialidade, as idéias civilizadas, o respeito pelo que difere de nós e... Cá estamos, ironicamente envoltos por tudo aquilo que condenamos. É a tal da natureza humana, esta que, aliás, nunca nos deixou de fato, apenas finge dormir de vez em quando. Lembrei até das conversas que tive por esses dias com o meu avô, onde ele dizia que bons tempos de eleição eram aqueles em que as mães dos adversários figuravam mais que as propostas oferecidas aos eleitores. Que fosse, mas os tempos agora são outros.

Eu pensei estar vivendo numa importante fase de transição. A economia, a banalização da informação, o consumo e a competição por um lugar ao sol fizeram com que a cabeça de muita gente mudasse de uns anos pra cá. Até deduzi, numa forma ingênua de pensar, que os meus netos não conheceriam o racismo, que a empregada deles teria pelo menos o ensino médio e falaria inglês, que a intolerância religiosa seria sufocada por novos conceitos de respeito ao próximo e que, ainda nos tempos dos meus netos, os Sarneys não passariam de mais uma família e o Maranhão seria enfim um Estado politicamente sustentável.

Acorda, Adagga...

Se nos importamos grosseiramente com a higiene da bunda alheia neste espaço que, na pior das hipóteses, era pra ser um campo de debates inteligentes e acirrados, como será então em nossas vidas tão corridas? Em que somos obrigados a vez ou outra fazer pinico dos nossos ouvidos e aceitar as piores coisas possíveis de serem ouvidas e sentidas por uma pessoa? Ai, ai... Não tomamos jeito mesmo.

O meu avô, como sempre, é que está certo. Eu não estava lá pra ver, mas estou aqui e posso dizer que bons tempos talvez fossem aqueles mesmo, pois o que era pra ser dito era dito, sem que houvesse ao menos um vestígio daquilo que conhecemos e praticamos como HIPOCRISIA DA BOA VIZINHANÇA.


Sou a favor da ignorância com classe, daquelas que veste terno italiano e que te dá um dedo médio como resposta às tuas decepções.


Sentemos e tomemos um vinho para relaxar.


Adagga

domingo, setembro 03, 2006

INDIGNAÇÃO

Quero demonstrar minha profunda indignação com um de nossos confessioneiros. Na verdade nem mesmo o considero como um dos nossos, pois até então ninguém havia agido com tanta grosseria, estupidez e maldade com nenhum dos amigos do confessionário. A essa altura vocês já devem saber de quem estou falando. É dele mesmo, daquele que já deixou muita gente ouriçada com seus questionamentos e "sábios" conselhos, aquele com quem cheguei a compartilhar de seus primeiros pensamentos, do Bob.
O confessionário é sim um espaço aberto, onde todos nós desabafamos, compartilhamos experiências, sentimentos, enfim, um pouco de nós mesmos; um lugar que muitas vezes usamos pra sermos nós mesmos (outras vezes pra sermos o que gostaríamos). Por ser um espaço livre podemos dizer o que pensamos, afinal já basta toda a censura que nos cerca. Podemos discordar de muitas coisas, podemos cansar de sempre ler as mesmas coisas e principalmente podemos cansar de alguém que vive pra nos dizer o que fazer de nossas vidas e podemos reclamar disso! Qualquer um pode fazer isso, mesmo que nos desagrade. Mas não é por não partilhar das mesmas idéias de alguns que vou agredir com palavras de baixíssimo calão, demonstrando tamanha agressividade àquele que não concorda comigo. Isso ultrapassa qualquer liberdade e revela-se apenas como uma tremenda falta de respeito a todos os que até agora souberam manter a "cordialidade".
Desculpem o desabafo, mas realmente me senti agredida, e certamente não estou aqui pra isso.
Abraços e até a próxima.
Persephone

sábado, setembro 02, 2006

Q & A

Olá caros confessioneiros, tenho um questionamento a lhes fazer:

Quem é você afinal?
Você é o seu trabalho?
Você é o quanto tem no banco?
Você é as roupas que veste?

O fato de ter baixo colesterol, uma TV grande, uma bela namorada(o), uma escova de dentes elétrica, um apartamento na beira da praia, uma casa de dois andares numa rua arborizada, diz quem você é?

Mude. Faça algo diferente. Não tenha uma piscina em casa. Não tenha uma TV de plasma. Não gaste com marcas, gaste com utilidades.

As coisas que você possui acabam te possuindo.
Você só é realmente livre após perder tudo.
Pois ai nao terá o que perder, e, em fim, encontrar-se-á livre.

BoB

Censo 03 - corrigido!

Vamos ao terceiro censo do Confessionário das Letras.

Aparentemente, temos:
31 pessoas;
14 mulheres;
16 homens;
1 ser de sexualidade não identificada (K. Bukowski)

Certamente, temos:
113 postagens (passamos de 100 postagens em menos de 2 meses!!!!);
1 postagem em rascunho;
30 (contando Silvio e Vesgo separadamente) personagens;
4 nomes compostos;
11 nomes com sobrenomes;
16 nomes simples;
O Pânico não está aqui!
13 pessoas só postaram uma vez.

Nova Listagem (corrigidíssima!):
Miriam Todda
Dolores Trinidad
Sílvio
Maria Maria
Billie Jean
Ana
Valério Beltta
Carlota Joaquina
Lord Strangford
Mavie
Silvio e Vesgo
Morgana
K. Bukowski
Dr. Fritz
Seth
Cris Moreto
Mischel
Guilhermina Guinle
Valentino Pepa
Bel Ami
BoB
Fremder Freund
Persephone
Victor Adagga
Julianna
Silvana D'ália
Maxy
Mística
Suzanna
Marquês

O laboratório de ciências blogísticas agradece!
Depois de uma árdua pesquisa de campo apuramos a quantidade de postagens de cada confessioneiro. Segue os primeiros 4 lugares.

1° lugar____ Ana (com 11postagens);
2° lugar____ Billie Jean (com 9 postagens);
3° lugar____ Carlota Joaquina (com 8 postagens).
4° lugar____ Lord Strangford, Cris Moreto, Bel Ami, Julianna (todos com 7 postagens).

Um abraço a todos e parabéns aos primeiro lugares que estão no “topo da parada”.

Obs.: Vocês estão começando a dar trabalho.

Dr. Fritz

UMA TRISTE TARDE E NADA MAIS

Esta tarde estou especialmente triste...ou seria indiferente? Não sei exatamente. O que sei é que não consigo definir que sentimento exatamente me invadiu a alma. Sinto-me estranha, penso, reflito e não encontro resposta pro que estou sentindo. Isso está a me incomodar já faz algumas horas. Talvez esta postagem pareça bastante confusa ou mesmo desinteressante, da mesma forma como me sinto agora. Mas, sinceramente, pra mim não faz a menor diferença. Hoje só quero vomitar tudo aquilo que me confunde, que me deixa insegura e que me faz querer ser outra pessoa. Certa vez um amigo mais que especial me disse que eu era uma pessoa sem vontades, sem sonhos. Nossa! Acho que nem em 10 anos ele conseguiria captar o tamanho da frustração (nem sei se foi bem isso) que aquela frase causou em mim. Essa frase vindo de alguém que me conhece pelo avesso não foi nada agradável de se ouvir.
Como qualquer outra pessoa, tenho sonhos, desejos, vontades e tudo o que faz parte de um ser humano. Como ele pôde nunca ter sabido quais são eles??? Fiquei pasma. Então comecei a me sentir assim: desinteressante, diferente, conformada... Pôxa, será que pelo fato de eu não ter os mesmos sonhos que todo mundo, os meus sonhos são menos importantes e até inexistentes??? Acho que isso não é justo! Não é justo! Só quero que me respeitem e não me anulem por eu não ser igual.
Julianna

sexta-feira, setembro 01, 2006

Saudades...

Tenho saudades de muitas coisas, até daquilo que não vivi. Sou um ser humano essencialmente saudosista. Músicas, imagens, cores, cheiros, tudo pode me trazer saudades.
Saudades, para mim, não é sinônimo de tristeza, mas de uma nostalgia prazerosa que eu adoro cultivar. O que não me apetece é sentir saudades de gente. Isso sim dói, uma dor física que não dá para mensurar, o que sei é que sangra. Mas devo confessar que dificilmente sinto saudades de pessoas pois tento evitar ao máximo sentimentos que tragam dores. Infelizmente, às vezes não temos como evitar as saudades de alguém que se foi, alguém que se mudou ou a pior de todas, de alguém que morreu. Essa, acredito que seja a pior de todas (há poucas coisas mais doloridas do que a certeza do "nunca mais").
Me deleito olhando fotografias, vídeos, lendo cartas, textos escritos em papéis já amarelados ou até mesmo aqueles bilhetes trocados em sala de aula de forma furtiva e que à época, significavam tão pouco e hoje, são verdadeiras relíquias de um tempo maravilhoso... os anos inocentes.
Como era bom o cheiro de biscoito recheado do jardim de infãncia, o gosto do nescau quentinho que a mamãe preparava pra pôr na lancheira, o aroma do xampu que usávamos em nosso primeiro encontro, o tremor do primeiro beijo, os jogos na rua, as conversas na calçada de casa, os passeios de bibicletas e as festas na fazenda, a família reunida, meu pai e minha mãe juntos e felizes. Se eu fechar os olhos, posso ouvir a gritaria da criançada. Tudo parece tão simples visto de longe, não?? Mas se puxarmos bem pela memória, veremos que à época, nem tudo eram flores...
Hoje me sinto assim, saudosa com vontade de ouvir Led Zeppelin e dormir gostoso, recordando os velhos e bons tempos...

Cris Moreto

Censo 03

Vamos ao terceiro censo do Confessionário das Letras.

Aparentemente, temos:
28 pessoas;
12 mulheres;
15 homens;
1 ser de sexualidade não identificada (K. Bukowski)

Certamente, temos:
112 postagens (passamos de 100 postagens em menos de 2 meses!!!!);
27 (contando Silvio e Vesgo separadamente) personagens;
5 nomes compostos;
8 nomes com sobrenomes;
27 nomes simples;
O Pânico não está aqui!
6 pessoas só postaram uma vez.

Listagem:

Maria Maria
Billie Jean
Ana
Valério Beltta
Carlota Joaquina
Lord Strangford
Mavie
Silvio e Vesgo
Morgana
K. Bukowski
Dr. Fritz
Seth
Cris Moreto
Mischel
Guilhermina Guinle
Valentino Pepa
Bel Ami
BoB
Fremder Freund
Persephone
Julianna
Silvana D'ália
Victor Adagga
Maxy
Mística
Suzanna
Teônis

O laboratório de ciências blogísticas conta com a sua colaboração!!!!
Pedimos a todos os participantes (que postaram mais de uma vez) que, por favor, forneça o número total de suas postagens, até o dia de hoje. Siga o exemplo abaixo:
Fulano de Tal............3 postagens;
Cicrano.....................4 postagens;

Poste em forma de comentário.

Pedimos desculpas pelos transtornos, mas os nossos equipamentos não são capazes de fornecer esses números.
Se você puder nos ajudar, poderemos classificar os três primeiros "confessioneiros".

Apóie esta idéia!

Um abraço.

Dr. Fritz