segunda-feira, junho 15, 2009

segunda-feira, junho 08, 2009

FAMÍLIA - dádiva ou fardo?

Meu conceito de família pode parecer bizarro. Em realidade, até a mim parece bizarro.
Um monte de gente, às quais você já nasce atrelado de maneira inexorável até a morte. Essas pessoas tem semelhanças com você, que podem ser afinidades ou pontos de choque. Essas pessoas entrarão na sua casa, isto se elas já não estiverem lá quando você nascer. Você não as pede, você não as merece e nem sempre as conhece!
Pelas regras de convivência impostas por nossa cultura, temos que dizer que amamos essas tais pessoas e que no fim das contas, elas são tudo o que temos na vida. Não seria tudo isso pura convenção?
Por que é tão importante assim amar essas criaturas? Que amor é esse que é imposto?
Existe amor por imposição?
Será que essas pessoas, de fato, estarão lá quando você precisar? Ou será que elas estarão pelo mesmo motivo pelo qual vocês juram mutuamente amor eterno e absoluto (por pura imposição social)?
Por que pais e filhos não podem simplesmente não gostar uns dos outros? Por que amor de pais é o mais sublime que existe? Por que nossos pais são nossos melhores amigos? E na falta deles, são nossos irmãos os reponsáveis por este posto? Para que precisamos de tios, primos, sobrinhos? Por que aqueles que têm uma família pequena sentem-se ou são obrigados a sentir-se responsáveis pela continuidade da mesma e não deixam de se sentir solitários a cada Natal?
Muitas vezes, olho para minha árvore genealógica e sinto tanta estranheza. E quanto encontro simlitudes, só a idéia de me sentir parecida com eles já não me agrada. Por vezes tenho até uma certa ojeriza e uma enorme antipatia. Isso não acontece sempre, mas ocorre com certa freqüência. Não me sinto ligada ao familiares que amo por conta de nossos laços sangüineos, meu amor não se justifica por estes. Todo o sentimento que nutro por algumas pessoas que ilustram minha origem genética é proveniente de uma simpatia que poderia brotar por indivíduos que possuem genes sequer semelhantes!
Não tenho filhos e por uma razão que ainda não sei, sinto que não os quero ter. No fundo, o que me apavora é a idéia de não poder escolher se os quero ou não, ou seja, a estirilidade me apavora, por ser uma limitação e não por ser um possibilidade de gerar vida e não morrer sozinha (como é o que muitas mulheres pensam)! Portanto, sei que o que não quero é a falta de opção. Talvez por isso ainda não consigo decifrar essa tal relação fimiliar.
Que raios de instituição é essa que nos acorrenta? Será que podemos chamá-la assim: "instituição"?
Sei que ninguém nasce do pó! Mas para que viver atrelado a um estigma cromossômico e social a vida inteira?
Por favor, respondam algumas das minhas perguntas. Talvez eu queira só apoio ou talvez eu queira apenas ser censurada. Sinceramente, não sei... O que sei é que agora desejaria não ter quase ninguém para ter que chamar de "família"!

Agnes