segunda-feira, maio 23, 2011

Eu confesso em 2011...

Confesso que os medos são outros e tão novos quantos os que passaram ou não. Confesso que o maior deles é acreditar que mudou. Dispenso a palavra tudo... De forma total e completamente consciente... Sim dispenso assim! Ou seja, ainda não é natural...

Dizer TUDO, NUNCA, NADA... são coisas que já não posso usar, como bem disse Fernando Pessoa. E que se não fosse o facebook e seus joguinhos chatíssimos de conselhos (podre!!) eu jamais saberia.

O facebook é esperto, sabe que estamos carentes de coisas com sentido, ainda que corramos no sentido contrario... talvez por nos faltar sentido. Ou será que sobra? Sobra sentido, linguagem, palavra... sobra... sobra o que se toma goela abaixo.

Aff... farta! Farta de palavras! Farta do “inserir-se em”, farta do “enquadrar-se em”, do “ser-se assim”... farta do “quadrado”. Ainda que eu só queira ficar no meu! Na porra do meu quadrado! Falando o meu palavrão e mandando todo mundo cagar no mato! VAI CAGAR NO MATO, PORRA! E leva esse caralho de exigência lá pra puta que te pariu!!!

Ai... alÍvio...

Ana

sábado, julho 31, 2010

Se o tema é mudança...

Não tenho dúvidas: são os trinta chegando! Esses dois números juntos têm me causado arrepios... 3 seguido de 0 = monstro da maturidade antecipada e obrigatória! Ou chegaram cedo demais ou eu percebi tarde demais! Não! Isso não! Eles, com certeza, estão se antecipando!

E trouxeram consigo uma crise de me fazer juntar moedinhas para pagar o terapeuta, pois além de louca, o pré-30 me transformou numa consumista de não medir conseqüências. Acho que pirei!

Tudo começou no final dos 28 e inflamou com a chegada dos 29. Agora, que faltam alguns dias para a coisa se concretizar – 30! – descansei! Sei lá o que me deu...

Mas as questões não mudaram: o que eu fiz? Porque não? Porque ainda não? Porque fiz? Ainda dá tempo? Ainda quero? Afinal, algum dia eu quis?

E as afirmações: não tenho filhos, não tenho o carro que quero, não conheço os lugares que preciso e nem sei se quero conhecer... (um suspiro).

E um parêntese: hoje todo mundo tem que ser viajado... nem que seja pra continuar pobre de espírito, coisa que nem uma boa e cara viagem conseguem transformar!

Ops! Recalque a vista!

Por favor, entendam, são os 30!!!

Os trinta me transformaram numa louca devastadora, capaz das reações e ações mais repentinas e incompreendidas! (risos e gargalhadas - como não rir das últimas inconseqüentes atitudes?).

Eu deveria ter feito e vivido essas trapalhadas adolescentes antes dos 28!
Mas meu tempo foi assim... e não me sinto com trinta. Mamãe disse que não se sente com 50...

Agora, “falando sério, é bem melhor eu parar com essas coisas”...

É Roberto, você sempre tem razão...

segunda-feira, junho 21, 2010

A cápsula do tempo (A caixa de Pandora)

Há dias em que parece que tudo conspira em favor de um pensamento que insiste em rondar ou invadir nossas cabeças.
Esta semana estou assim. Cercada, invadida e por que não dizer incomodada por tais pensamentos, os quais tem tido em seu favor uma verdadeira conspiração dos meios de comunicação, de conversas esparsas em botequins ou no cafezinho no intervalo do trabalho.
Ontem, excepcionalmente, assisti ao Fantástico, programa que sempre evitei por representar cruelmente a iminência da segunda-feira, o que costumava me deprimir só de ouvir a vinheta de abertura.
Em meio a todas as notícias a respeito da Copa do Mundo, houve uma reportagem que me chamou a atenção sobre uma tal cápsula do tempo feita por um grupo de adolescentes há dez anos atrás.
Esta tal cápsula era uma caixa de papelão onde todos eles, com a orientação de um psicólogo que à época era seu professor, depositaram cartas, papéis, fotos, figuras que ilustravam seus sonhos, certezas, planos e projetos.
Chegou a ser comovente assitir à abertura daquela cápsula que tinha tomado uma conotação de uma caixa de Pandora. Quantas desilusões, quantos enganos, quantos vacilos e frustrações haveria dentro daquela aparentemente inofensiva caixa de papelão?
Houve lágrimas de arrependimento, a sensação mais do que nítida de que aos 15 anos tudo é muito intenso e parece que vai durar para sempre, o choque com as perdas, a alegria com os ganhos advindos da mudança de rotas, a conclusão da ideia de que não existe nada mais valioso do que a família (pensamento quase absurdo para quem tem 15 anos).
Tudo isto me fez lembrar de algo que fiz entre os 19 e 20 anos em uma dinâmica de grupo proposta pela diretora da empresa em que eu estagiava à época. A atividade consistia em escrever uma carta dirigida a uma pessoa querida, imaginando-se cinco anos à frente, como se contasse no tempo presente o que nos imaginávamos fazendo dali a 5 anos.
Dezenove ou vinte é bem mais que quinze. Aos dezenove anos já temos uma visão mais realista da vida. Em regra,já temos melhor noção do valor do dinheiro, estamos inseridos no mercado de trabalho, sabemos que nada dura para sempre e que sonhos podem ser apenas sonhos. O que ocorre é que ainda é muito difícil aceitar tudo isto quando se tem 20 anos! Estamos começando a caminhada, dando nossos primeiros passos rumo à vida inteira. São "os primeiros anos do resto de nossas vidas!"
Cinco anos depois de ter escrito aquela carta, eu não a tinha em mãos, mas sabia de cor e salteado quase tudo o que havia posto nela: todos os planos, prazos, sonhos...
Foi frustrante demais revisitar aquele momento.
Logo depois daquela experiência,eu passei por um turbilhão de conflitos emocionais e profissionais que me fizeram dar a minha um rumo totalmente distinto do que eu havia projetado naquela carta. Os anos continuaram passando e eu fui ficando cada vez mais distante daquela rota. Hoje, tudo aquilo pode até parecer ter sido escrito por outra pessoa. É só aparência. Este é o grande problema. Muito do que foi dito ainda é desejado e mais de dez anos depois é dilacerante olhar para trás e ver o que ficou por fazer.
Antes do término da reportagem, recebi o telefonema de uma amiga propondo que juntássemos um grande grupo de amigos e tentássemos fazer algo como aqueles adolescentes haviam feito, só que com um prazo para abertura bem menor. Afinal, aos trinta anos já não se está mais nos primeiros anos de nossas vidas, nós já estamos VIVENDO.
Sinto-me agora como se no meio de uma estrada de onde não se vê mais o ponto de partida e o de chegada ainda é turvo. Sinto-me atropelada por meus antigos sonhos e por minha própria vida. Já não tenho tempo para devaneios vãos. Já não tenho tanto tempo para sonhos. Agora preciso de projetos e planejamentos, a curto prazo e expectativas bem reais. Não é mais hora de ficar deitada na cama, de perninhas para cima imaginando o dia de amanhã. O amanhã já é hoje. A vida é agora. E o futuro... Não está mais "ali logo em frente a esperar pela gente", mas continua sendo "uma astronave que tentamos pilotar. Não tem tempo, nem piedade... sem pedir licença, muda a nossa vida e depois convida a rir ou chorar..." como diz Toquinho em sua Aquarela.
O futuro não está mesmo a nossa espera. Ele já está ou já é!
Para completar a conspiração, entrei em um blog recomendado por uma amiga e olhem só o segundo texto da página:

"Quando eu era pequena, achava que aos 28 anos eu seria mais do que gente grande: seria forte, independente, bem-resolvida e super poderosa. Já teria marido, filhos, casa, carro, gato e cachorro; já seria uma profissional muito respeitada e requisitada; já teria desbravado o mundo em viagens emocionantes e passaria todos os meus dias esbanjando sorrisos e suspiros por finalmente ser uma mulher-maravilha. Hoje, olhando para a minha vida neste exato momento, vejo quão ingênua e romântica foi a minha criança ao sonhar com o meu próprio futuro. Porque na infância a gente costuma acreditar que existe um ápice na vida adulta, com tudo perfeito, nos trinques, e é só lá na frente, muito tempo depois, quando estamos diante de um espelho e nos olhamos nos próprios olhos, que nos damos conta de que os anos simplesmente passaram e que a gente continua tendo um enorme caminho a percorrer. Caminho repleto de flores, sim, mas também de surpresas, desafios, tropeços e recomeços. Eu não sou a Paloma que imaginava que seria quando posei para a foto ao lado, mas nem por isso sou menos feliz. E agradeço à vida hoje, dia em que completo 28 anos, por estar exatamente aqui - e por ser exatamente quem eu sou."

Foi reconfortante ler este texto, mesmo sabendo que aos 20 anos eu não era mais tão criança.
E assim, a vida segue. Portanto, arregacemos as mangas porque agir e viver pode ser ainda mais excitante e divertido do que sonhar de perninhas para o alto!!

quarta-feira, junho 09, 2010

Há três anos não venho aqui.
Tanta coisa mudou... Revisitando minha vida, minha história, as histórias de vocês, que fizeram parte da minha também.
As coisas mudam, as pessoas também! Isto parece muito clichê, o óbvio ululante! Mas não é. Defitivamente, mudar não é óbvio, muito menos fácil!
Mudar é uma tarefa árdua e cansativa, porém necessária. A vida requer transformações, o mundo gira, a Terra gira em dois sentidos (rotação e translação), em torno de si mesma e em torno do sol. Nós também giramos em diversos sentidos, e a cada giro somos vistos de perspectivas diferentes e temos visões completamente distintas de cada ângulo. Isto não é genial? A capacidade de movimento de nossas mentes é o faz o "pulso pulsar".
É uma pena que nem todos tenham ciência disto, e não se permitam ver a vida com outros olhos, por medo de si mesmos ou de como os outros podem reagir em relação às mudanças.
Medo... Este continua sendo um de meus maiores medos. Isto, infelizmente não mudou. Mas é só uma questão de tempo.

Virgínia

segunda-feira, novembro 16, 2009

Alguém me dê um coração...

O meu desejo mais sincero para agora (já!) seria descobrir um fracasso, uma fraqueza, uma tara, um “pecado” de qualquer espécie de alguém aparentemente muito bem sucedido ou muito equilibrado... ah! Acho que isso me traria até paz... Chega a ser nojenta essa minha necessidade, mas não posso negar, nesse momento é disso que preciso. Tem um detalhe, teria que ser de alguém que eu jamais imaginasse... de alguém que me causasse profunda inveja. Um alguém acima de qualquer suspeita.

Pois o que me passa agora não é arrependimento, mas vergonha. Vergonha profunda de ter me deitado naquela cama e feito coisas sem amor. Um amor que idealizo, sonho diariamente encontrar.

Uma necessidade de amor. Tenho certeza disto. Quem sabe até de amor próprio. Parece-me que as últimas duas semanas foram de mutilação, desfiguração. Mas agora que a ficha caiu, a merda da culpa vem... é um dom! É uma coisa minha... um medo, uma rejeição. Uma rejeição àquilo que sou, que fui, que fiz.

Alguém consegue entender isso?

Um desejo ardente de ver o mal no outro para não se sentir tão ruim. Uma falha, só uma... uma dor.

terça-feira, outubro 27, 2009

Já fui um anjinho de cachinhos marrons.
Já fui uma madalena de cabelos de fogo.
Já fui filha única.
Já ganhei 4 irmãos e virei a caçula.
Já chorei pela dor da morte.
Já me emocionei com o nascimento.
Já fui a primeira da turma.
Já fui a mais relapsa das universitárias.
Já fui patricinha.
Já fui riponga.
Já sonhei ser jornalista.
Já fui professora.
Já fui advogada.
Já fui baladeira.
Já fui cdf.
Já fui regueira.
Já fui rata de boite.
Já fui cética.
Já fui mística.
Já li Paulo Coelho.
Já li Hannah Arendt.
Já fui Álvaro de Campos.
Já fui Alberto Caeiro.
Já fui niilista.
Já fui hedonista.
Já acreditei que Deus é criação do homem.
Já me convenci de que sem Ele, sou nada.
Já fui dorminhoca.
Já tive muitas noites de insônia.
Já fui alegria em pessoa.
Já fui a deprê em forma gente.
Já cheguei aos 81 kg.
Já alcancei os 52kg.
Já fui contra o sistema.
Já me enquadrei a ele.
Já tenho 4 sobrinhos.
Já tenho uma sobrinha-neta.
Já visitei outros países.
Já trabalhei no interior.
Já pude comprar muitas coisas que desejei.
Já fiquei sem grana até p’ra pegar um ônibus.
Já fui poesia.
Já fui prosa.
Já fui amada.
Já amei.
Já fui traída.
Já traí também.
Já fiz um monte de amigos.
Já perdi apenas um.
Já odiei animais.
Já amei cachorros como filhos.
Já fui a mocinha da história.
Já fui a vilã.
Já fui muito “sim”.
Já aprendi a dizer “não”.
Já troquei pneu sozinha.
Já fiquei no prego e só consegui chorar.
Já sonhei em ser uma solteira inveterada, viajar o mundo e não ter filhos.
Já planejei casar, ter um casal de filhos e um jardim enorme.
Já fui criada por vó.
Já morei com meus pais.
Já fui um personagem de Almodóvar, dividindo um ap com 4 "mulheres à beira de um ataque de nervos".
Já tive um quarto só p’ra mim com cama de casal.
Já dormi em um beliche minúsculo em um quarto com mais 2 pessoas no mesmo quarto.
Já morei sozinha.
Já fui caos.
Já fui ordem e progresso.
Já visitei o inferno de Dante.
Já me mudei para Pasárgada.

Depois de tantos verbos no passado, hoje sou uma miscelânea de tudo isso, misturada a uma carga genética bombástica, tardes no divã e muitos outros verbos a serem conjugados no futuro!

terça-feira, setembro 29, 2009

Inveja - esse é o sentimento que me mata hoje!

Se eu não estivesse aqui, morreria de vergonha de admitir que morro de inveja! Mas quero me permitir confessar coisas que tento esconder de mim mesma.
Tenho inveja e não sinto culpa alguma. Hoje não! Porque neste exato momento invejo alguém de quem não gosto, ou pelo menos não tenho motivo algum para gostar! Invejo sua felicidade, seu sucesso, sua saúde, qualquer coisa boa que acontece ou possa vir a acontecer com essa pessoa!

Para mim, invejar não é apenas desejar o que o outro tem, mas também querer do fundo coração que ele ou ela não o tenham!

Sendo sincera, eu sinto muita culpa quando invejo pessoas de quem eu gosto. E essa inveja acaba se tornando uma admiração (claro que isso só acontece depois de uma longa elaboração de sentimentos, passando por conceitos morais, princípios religiosos... e toda essa baboseira politicamente correta, da qual não consigo e não quero fugir agora! Esse, definitivamente não é o foco).

Se eu não escrevesse alguma coisa, eu iria me engasgar com meu próprio veneno invejoso. Chego a sentir uma espuma raivosa em minha boca de tanta raiva e indignação. Tem um gosto amargo, o amargor dos infelizes, a amargura dos mal amados.

Glória Vox

segunda-feira, setembro 28, 2009

Confessando...

quando eu casar (se isso um dia acontecer), quero amar meu marido no chão da sala, ouvindo Roberto Carlos, num sábado a tarde... ao chegar da noite, enquanto o mundo lá fora se apressa para fazer alguma coisa.

terça-feira, setembro 22, 2009

Eu não aguentava mais entrar aqui e ter essa sensação: será que ninguém vai tirar esse último post da primeira página??? Foi uma das coisas mais infames que já vi aqui!! Compreendo que a liberdade de expressão neste espaço é lei, mas ninguém é obrigado a ficar estagnado neste monte de letras que não nos dizem nada!!
Queria estar inspirada a escrever alguma coisa, qualquer coisa, por mais boba que fosse, mas sinceramente não consigo!
Pelo menos vou começar esse dia com a sensação de que tirei da minha vida, ou ao menos do meu raio de visão, alguma que estava me incomodando!

Vânia Torres