Caros amigos do confessionário,
Aqui estou eu novamente, sei que não pediram minha volta, e em verdade chego a duvidar que me querem aqui, com minhas postagens polêmicas e irritantes, afinal já cheguei a irritar personagens aqui e causar ódio. Mas acredito na liberdade que o confessionário me permite e espero que acreditem que minhas palavras não são puramente amarguras, são apenas reflexo de uma visão de mundo que não coaduna com a da maioria.
Pois bem, tenho notado na maioria dos membros deste blog sentimentos bonitos, o amor está no ar, ou melhor na net. Mas quero lembrá-los nessa postagem que não só de amor é feita a vida. O amor é um sentimento belo (para muitos nem tanto, pois trás frustração). Mas o amor não é belo por si só, ele só é belo porque existe o ódio e o rancor. A beleza dos sentimentos opostos e atagonos ao que nós imaginamos ser o ideal é o resgate, é a lembrança de que aquilo que nos causa conforto só existe mediante aquilo que nos causa angústia, no que incomoda, no que no deprime. Existe algo melhor que uma reconciliação após uma boa briga? Existe alívio melhor do que aquele proveniente de uma dor profunda? E o que seria da nossa fé em Deus se não fosse o diabo? Assim, admiro o amor e a beleza, mas admiro mais ainda o ódio e a feiura, que nos impulsionam a lutar pelo doce da vida, mesmo que isso nunca chegue.
Encerro deixando aqui uma frase de um filme que é bom em sua versão "hollywoodiana" e excelente na versão "chiquenha", abre los olhos ou vanilla sky: "sem o amargo, o doce não é tão doce".
Sinta o amargo da vida e se sinta impulsionado a transdormá-lo em doce.
BoB
4 comentários:
Tem uma música linda que diz mais ou menos assim: "Não existiria luz se não fosse o silêncio, não haveria luz se não fosse a escuridão..." Sinceramete não admiro o ódio e a feiúra, mas concordo com a idéia de que só nos deliciamos com o que é bom porque conhecemos o que não é. E é o conhecimento do que é mau que nos faz desejar algo melhor. Precisamos mesmo de um parâmetro ou então seria impossível fazer comparações.
Abraços
Julianna
Só uma pequena correção: "não existiria o som se não fosse o silêncio..."
Ju
Bob, concordo com você e sinto muito por isso, por termos que sentir o amargo para que valorizemos o doce. É uma pena que tenhamos que verter lágrimas para que saibamos o quanto fomos ou poderíamos ser felizes.
Eu detesto sofrer, chorar ou me submeter a qualquer sentimento destrutivo e por favor não me venha dizeer que ninguém gosta!! Mas, mais uma vez cairemos no poço da natureza humana, a essência frágil e falível do homem que virou justificaticativa para tudo. Assim, acabamos por jogar neste mesmo poço esse certo mazoquismo do homem que precisa sofrer para então levantar-se e ir em busca de algo melhor.
Beijos
Cris Moreto
Nooossa,
Parece que BoB está se rendendo à doçura e calmaria do confessionário neste "momento de amor"...
Uma energia mais tranqüila e sóbria emana de suas palavras...
E como estamos em uma fase meio musical, parafrasiando Chico Burque digo-lhe: "quem te leu, quem te lê..."
Billie Jean
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