quarta-feira, agosto 16, 2006

É engraçado ver tanta gente falando que não conhece o amor, parece que temos mais isso em comum. Alguns poucos declararam já ter amado, como Juliana e Valério Beltta, mas a maioria ainda espera e parece acreditar piamente que nunca amaram.
Bem, eu peço licença a todos que expuseram sua inexperiência no amor para afirmar: duvido muito, acho que a maioria de nós já provou o gostinho de amar e talvez tenhamos ficado um pouco decepcionados por não ser tudo o que pensávamos ou esperávamos. Talvez antes de sofrer de falta de capacidade de amar, soframos, sim, de expectativas frustradas, de excesso de idealização e super valorização desse sentimento, que é bonito, mas pode se manifestar de formas tão diversas como são diversos os homens e nem sempre vai ser tão intenso como aparece nos filmes e novelas, nas poesias e na bossa nova...
Confesso que estou avaliando todos por mim mesma e através da minha própria experiência, que é a única de que posso partir para falar alguma coisa e por isso fiz essa afirmação.
Eu idealizo muito o amor, a paixão e por isso termino achando que o quê sinto nunca é intenso, grande ou arrebatador o suficiente para ser classificado como amor ou paixão. Então acabo definindo que não sinto nada. Não porque não sinta efetivamente, mas porque acho que o que sinto não é digno de ser denominado amor ou paixão da maneira como deveriam ser, da maneira como esperei que fossem...
Por isso ,acho que esperamos demais do amor e por isso ele nunca é satisfatório quando chega. Termina rodeado de questionamentos, como: será isso amor? será que eu não poderia sentir algo mais forte por outra pessoa? E aí deixamos de viver o momento e tudo que aquele sentimento tem a nos oferecer, somente porque ele não se enquadra no padrão do que o amor deveria ser, do que nos foi ensinado que seria...
Hoje posso dizer que amei e muito, amei do amor paixão que deixa o rosto quente e as bochechas afogueadas, o coração palpitando. Amei do amor construído na convivência diária, no conhecimento de pequenas coisas do outro que o tornam especial e único, como o jeito que respira quando está dormindo ou sorri quando escuta alguma história do meu dia...
Todas as duas formas são deliciosas e tem também os seus percalços, mas ambas tiveram em comum em minha vida o fato de que eu sempre achei que não estavam acontencendo no momento em que eu as vivia e foram cercadas de questionamentos, que sempre tentavam diminuir o sentimento, inconscientemente, pois eles nunca se encaixaram nas minhas expectativas do que deveriam ser...
Houve também algo que hoje classifico como medo, medo do incontrolável e da vulnerabilidade que fazem parte da pessoa que ama. Um excesso de consciência, que, por vezes, nos impede de viver o momento com toda a sua intensidade e da maneira real como ele se apresenta, preferindo a ilusão do idealizado.
Mas eu vivi esses sentimentos. Tenho tentado agora simplesmente vivê-los enquanto estiverem comigo...É o que desejo a todos!
Muita Luz. Morgana.

Um comentário:

..::CONFESSIONÁRIO DAS LETRAS::.. disse...

Olá Morgana,
gostei muito do seu post, mas não poderia deixar falar.
Como é gostoso sentir todas as emoções que vc descreveu! Mas penso que amor é mais que sentimento e emoção. É algo que nos move e não está restrito a um casal. Creio que isso vc tb sabe.
Mas é mais que esses sentimentos. Amor vai além. É liberdade. É ver o outro primeiro. E para uns isso é prisão.
Um abraço.
Ana